Antonio José de Oliveira |
A missão do jornalista de turismo – como parece à primeira vista – não é somente conhecer atrativos turísticos (naturais, artificiais, histórico-culturais) e muito menos escrever sobre eles, usando linguagem persuasiva, com vistas a estimular as pessoas a visitá-los com fins turísticos.
O papel do jornalista de turismo não se resume ao supracitado. Transcende a uma mera descrição do belo, útil e agradável, em diversas regiões brasileiras e estrangeiras, capazes de deslumbrar os povos e torná-los mais conscientes acerca do que existe, no universo, para ser curtido, em termos de belezas naturais e artificiais, como partes integrantes da cultura de determinada nação.
A missão precípua do jornalista de turismo é informar bem; defender os interesses dos turistas e dessa atividade econômica, além de buscar a integração do “trade”, considerando-se ser a comunicação fator preponderante para a consecução desse intento. E o turismo, minha gente, é um dos meios de comunicação social e não cabe, aqui, explicar o porquê da assertiva retrocitada.
O verdadeiro jornalista de turismo – acreditamos - tem a consciência de que o turismo não é, exclusivamente, a geração de divisas. Ele – como profissional de imprensa – está consciente de que suas vantagens são também de natureza social, econômica, política e cultural. Tem convicção, outrossim, de que o turismo é capaz de criar uma sociedade mais participativa e humanizada, graças ao intercâmbio de experiências e à observação do “modus-vivendi” de outras pessoas.
Bem! Para facilitar o seu trabalho jornalístico, este profissional especializado, caso deseje informar bem aos leitores, ou seja, aos turistas em potencial, deve estar integrado com os diversos empresários, autoridades governamentais e trabalhadores desse importante segmento econômico, pois, em matéria de turismo, uma andorinha só não faz verão. Na verdade, sem integração do “trade”, será difícil captar mais turistas e, consequentemente, mais divisas para a economia, acarretando a geração de mais empregos diretos e indiretos e, assim, a aceleração do desenvolvimento dessa atividade.
O jornalista de turismo, na atualidade, não vive fechado em seu próprio ambiente de trabalho e sim participa dos eventos do setor e, para discutir os problemas da categoria e do turismo, pertence a associações, no caso a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – ABRAJET – com seccionais em quase todos os Estados brasileiros.
Os jornalistas das diversas Abrajets, profissionais que divulgam o potencial turístico, nas páginas semanais de turismo, em jornal, revista, rádio, televisão e outros meios de comunicação, assim o fazem, conscientes de que o público tem o direito de ser bem informado a respeito dos atrativos turísticos e serviços a fim de que aproveite melhor suas horas de lazer e enriqueça seus conhecimentos gerais, ao visitar localidades diferentes da sua, participando, dessa forma, de um verdadeiro intercâmbio cultural.
Ressalte-se que o jornalista de turismo deve, acima de tudo, ser ético e jamais, em seus artigos ou reportagens, ludibriar a opinião pública, atendendo interesses de autoridades governamentais e do empresariado do ramo.
É bom lembrar, amiudamente, que em turismo – a exemplo de outras atividades econômicas – não se deve mentir. Jamais se deve dizer que há um frondoso bosque, onde existe, apenas, um simples jardim bem cuidado. Ao bom entendedor, meia palavra basta. Vamos encarar o turismo com seriedade, profissionalismo e espírito ético.
Eis, pois, em síntese, segundo nosso ponto de vista, o papel do jornalista de turismo: o de ser um comunicador social, no sentido amplo do termo, e não um mero divulgador de belezas naturais e das criadas pelas mãos humanas.
Antonio José de Oliveira
Presidente em exercício da Abrajet-Ceará
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