NOTÍCIA QUE DEU INVEJA
Na última quinta-feira, 17, estive em Aracaju participando, pela manhã e à tarde, das reuniões do Conselho e da Assembleia Geral, realizadas no segundo dia do Congresso da Abrajet Nacional. Durante um dos momentos de folga, passei em revista ótimo jornal da capital sergipana. Uma das notícias me deu inveja. É que, em manchete, o jornal estampou “Inverno é o mais chuvoso dos últimos seis anos”. O desenrolar da informação dava conta de que, conforme a Semarch, “as condições climáticas deste inverno estão acima do normal e ultrapassaram as médias históricas para o período” e só terminará em setembro. Ainda mais, as chuvas deste inverno foram suficientes para o reabastecimento dos açudes e das barragens. Quanta ironia e maldade no tratamento desigual para com outros pontos da Região. Enquanto o meu Ceará atravessa, justamente há seis anos, um período de chuvas fraquíssimas, de seca mesmo em várias zonas, os sergipanos jatam-se das benesses dos seus céus. Por aqui, as informações dos órgãos especializados são de que os açudes estão no pior nível. Mesmo o gigante Castanhão, com capacidade de armazenar água em torno de seis e meio bilhões m³, uma baia da Guarnabara em Jaguaribara, está quase seco, o que estremece grande parte da população cearense, inclusive a de Fortaleza, que se beneficia do nosso “mar de águas doces”. Pânico também entre os produtores de frutas, uma das pilastras das nossas exportações. Desânimo entre os cultivadores de tilápia, outra destacada fonte de renda da economia do Estado. Nestes seis brabos anos, nem o glorioso São José nos deu uma mãozinha maior. E pensar que os governantes maiores do País, desde os tempos do Império, sempre foram pródigos em afirmações de que resolveriam o secular problema da seca. Dom Pedro II chegou a afirmar que venderia até a última joia da coroa mas nenhum nordestino morreria de fome e sede. Na nossa frágil República, após anos sem se falar no assunto, enquanto os flagelados continuam padecendo, agora não mais retirantes famintos e sedentos em busca dos oásis do Sul e da Amazônia, as promessas de que as volumosas águas do Rio São Francisco nos socorreriam. “No final do ano, a transposição do São Francisco estará definitivamente concluída”. Palavras ao vento para enganar trouxas. Também, é esperar muito de políticos sem reais compromissos para com o povo, de gente que prefere o enriquecimento fácil, por isso envolvidos até o pescoço nos mensalões e lava-jatos da vida. As águas do Velho Chico até que, aos trancos e barrancos, já chegaram aos estados de Pernambuco e Paraíba. Mas para o Ceará, sempre surge alguns obstáculos. . E tome mais promessas. Agora, a transposição definitiva só no próximo ano... Os abestados cearenses acreditam...
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