COMO É RUIM MEU TIMINHO
Desde que me entendo, sou fã de carteirinha dos tricolores. Já em 1935, fiquei gostando do Fluminense. O Baia de 1938 encheu as vistas do garoto de 13 anos. A partir de 1940, como jogador do time infantil, meu favorito era o Maguari, que não adotava as cores azul, vermelho e branco mas me conquistou. Com o seu desaparecimento, voltei às origens e passei a ser ardoroso torcedor do Fortaleza, apesar de ter vestido a camisa alvinegra do Ceará em 1940, no infantil, e em 1950, integrante do que se chamava na época de primeiro quadro. Bons momentos vividos ao lado de Juju, Alexandre, Waldemar e Mitotônio, para meu gosto o mais destacado jogador dos que conheci no time de Porangabuçu. Deixando as aventuras do campo, voltei às origens e até hoje adoto o Fortaleza como meu predileto. Ao longo destas muitas décadas, tive alegrias e muitas decepções. O meu preferido sempre foi o “tricolor de Aço”, o valente time “daquelas camisas”, lutador, aguerrido, campeão até com um amontoado de jogadores novos e sem maiores expressões, mas cheios de garra, de vontade de vencer. As decepções de uns poucos tempos vêm mais pela frustração de o clube não voltar à Primeira Divisão do futebol brasileiro. Há sete anos a bola bate nas traves e nada, apesar das chances de decidir em casa a última partida do chamado “mata-mata”. Este ano, meu um timinho não possue maiores craques e sobretudo não tem garra, característica que sempre esteve presente nos integrantes do clube do Pici em outros tempos. Agora, se não for classificado para disputar o tal “mata-mata”, a culpa não caberá certamente ao último técnico Bonamigo nem ao atual Antônio Carlos Zago. Tão pouco à atual diretoria. O pecado todo está nos dirigentes do começo do ano, que desmancharam a regular equipe do ano passado e, ao lado do contratado diretor técnico Cesar Sampaio, arrebanharam jogadores sem expressão, alguns até medíocres. O pior, segundo têm demonstrado, falta-lhes a antiga característica do clube, a garra. Amanhã é a rodada decisiva para o Fortaleza se classificar entre os quatros da chave A e que disputarão com os quatros da Chave B quais os dois conquistadores das duas vagas para a Segunda Divisão. Jogaremos por apenas um empate para a classificação. A contenda será em casa, no nosso terreiro. Mas o meu timinho não é de confiança. Certo é que a imprevisibilidade tem as suas no futebol, como em qualquer jogo. Sei lá se meu nada confiável clube pregue uma peça e vença amanhã e nos jogos do “mata-mata”? Sei lá se o milagre “daquelas camisas” não acontecerá mais uma vez? Possível é, mas não confio... De qualquer forma, para um fato chamo a atenção. Se o Fortaleza não conseguir êxito, apelo para que os verdadeiros torcedores saibam se conduzir com civilidade. Não entrem na onda dos vândalos que ameaçam jogadores, quebram cadeiras, agridem e até matam, enfim criam um clima de terror após a partida. Para estes, certamente a polícia tem a sua receita.
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