A memória e a história do desenvolvimento do Ceará, desde os primórdios, com a pecuária e o algodão, até os dias atuais, com a força das energias renováveis e a inovação tecnológica, podem ser conhecidas desde anteontem, 10, com a inauguração do Museu da Indústria.
Iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Ceará por meio do SESI/CE, o Museu funciona na Rua Dr. João Moreira, 143, no Centro Histórico, uma das regiões de Fortaleza que mais agregam vivacidade à história, cultura e turismo. No entorno, encontram-se prédios como a antiga Cadeia Pública (hoje Emcetur), Santa Casa de Misericórdia, Passeio Público, Catedral Metropolitana de Fortaleza, Mercado Central e espaços como o Centro Cultural Banco do Nordeste, Centro Cultural dos Correios e Academia Cearense de Letras.
Na ocasião da inauguração, , houve o lançamento do livro “Made In Ceará: Indústria e Cidadania na Interação Local-Global”, de autoria do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, com prefácio de Delfim Netto.
O Museu da Indústria contará com mais de 2 mil metros quadrados de área disponível e dedicada à valorização da história fabril, por meio de uma exposição dinâmica e de longa duração, com objetos, vídeos e textos remetendo à memória do setor produtivo. Será um ambiente de estudos, pesquisa e referência em assuntos como gestão industrial, inovação e produção, dentre outros. Diversos projetos curatoriais já estão previstos para 2015”, explica o gestor do Museu, Luís Carlos Sabadia.
Também fazem parte do equipamento uma sala de leitura, dois auditórios multiuso (um com capacidade para 180 e outro para 70 pessoas), uma loja de suvenires, com assinatura da Mosaico, e um café bistrô, que funcionará de maneira independente ao Museu, tornando-se uma opção de convivência aos frequentadores do local. O café ficará aberto de terça a sábado, de 9h às 19h.
DIFERENCIAIS - No Museu da Indústria, o acervo é dividido em virtual e físico, material que o visitante terá acesso por meio de dez ilhas virtuais e exibições em grandes dimensões. “Trata-se de um equipamento que foi idealizado para representar o que a indústria significou no Ceará como impulso para a geração de uma cultura própria do nosso povo, trazendo novos padrões sociais a cada avanço da tecnologia de produção”, afirma Roberto Macêdo, presidente da FIEC.
Lá, grandes ícones da indústria cearense, como as redes, as cajuínas e o famoso Óleo Pajeú, representarão as mais diversas nuanças da indústria, segmentadas em têxtil, de energias, construção civil, agricultura e agronegócios e metalmecânicas, dentre outras. Quem assina a curadoria é Julio Heilbron, da Empresa de Marketing Cultural (EMC), especializada em museologia, museografia e implantação de museus com suportes tecnológicos.
O Museu da Indústria também terá uma “sede” virtual na internet, onde estarão, além do acervo, todo o banco de dados, projetos, programação das exposições, pesquisas, links para museus de indústria de outras cidades, etc.
HISTÓRIA E REVITALIZAÇÃO DO CENTRO - O prédio que vai sediar o museu não foi escolhido por acaso. Imperioso desde sua construção, o edifício foi erguido no final do século 19, ainda durante o governo de Dom Pedro II. Sua primeira ocupação foi como sede da Sociedade União Cearense, primeiro clube da capital e ponto de encontro da sociedade cearense de então.
Com o passar dos anos, o histórico do prédio trouxe outros usos, funcionando como Grande Hotel do Norte; sede dos Correios, dos idos de 1895 a 1935; e ainda sede da The Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda., empresa inglesa de energia que controlava a distribuição de energia elétrica e iluminação pública e ainda controlava o serviço de bondes a tração elétrica de Fortaleza. Foi tombado pelo governo do estado em 1995, por meio do decreto 23.829, de 29/8/1995 e comprado pelo SESI em 2001, passando por uma restauração a partir de 2005.
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