Governo da Bahia ausente – Os fatos, do que têm decorridas denúncias sucessivas, demonstram que os últimos Governos do Estado da Bahia não têm interesse pelo desenvolvimento de duas atividades capitais : o turismo e a cultura. A interpretação é que, assim, entendem, os seus titulares, de que as duas atividades não devem resultar em votos, daí a total apatia.
Não é uma simples crítica, a afirmação aqui contida. Porque é a interpretação consequente de inúmeros fatos negativos que levam, inexoravelmente, a essa conclusão. Tanto de referência à cultura quanto ao turismo, fatos que se sucedem são que informam sobre o desinteresse flagrante pelas atividades de ambos os setores.
Biblioteca pública sucateada – Os meios de comunicação baianos têm evidenciado a denúncia sobre o descaso quanto a expressivos setores da cultura, por exemplo. É o caso da Biblioteca pública, cuja denúncia recente informa sobre a situação calamitosa em que se encontra.
Vale a referência lembrada de que a Biblioteca Central da Bahia é a primeira da América Latina, com um histórico que demanda a 207 anos e um acervo do qual constam nada menos do que 600 mil arquivos, mais de 150 mil livros. O que se vem denunciando nos últimos dias é ausência absoluta de investimentos, sobretudo em setores como limpeza, climatização e, até, a aquisição e consequente arquivamento de jornais diários.
Situação já se arrasta há alguns anos – As denúncias, que partem, sobretudo, de pesquisadores que buscam informações nos arquivos daquele estabelecimeto, já se vêm acumulando há muito tempo, especialmente desde há dois anos. Denunciam-se a desertificação, por exemplo, do setor de periódicos, onde devem se encontrar os jornais diários – indispensaveis para todo o tipo de pesquisas. Mas uma alarmante questão é a falta de cuidados permanentes com as condições de limpeza.
Os que, ainda, buscam na Biblioteca Central da Bahia informações para enriquecer as suas pesquisas, reclamam contra a situação degradante dos banheiros, pela absoluta ausência de cuidados de higiene. Vale lembrado de que, em 2016, a Biblioteca esteve fechada por 20 dias, consequente sobretudo da ausência de segurança e da própria limpeza. Ao lado disto, total deficiência da indispensavel climatização.
Dois anos sem periódicos – O corte da aquisição dos periódicos já remonta a 2016, fato que avulta ainda mais aos protestos gerais, sobretudo em razão de ser a Biblioteca possuidora de um dos maiores acervos de periódicos e publicações raras do Estado da Bahia. As lamentaveis e graves deficiências têm resultado na queda vertiginosa do número de frequentadores, sendo que o setor dos periódicos, por exemplo, encontra-se, nos dias que correm, vazio, embora seja, historicamente, um dos mais visitados.
Uma das críticas incondicionais do descaso das autoridades estaduais com a Biblioteca Central da Bahia é a Diretora do Instituto de Ciência da informação da UFBa, segundo indicam os meios de comunicação de Salvador. Seria dela a afirmação de que “…as políticas públicas na área da cultura e da educação vêm sendo postas de lados…”.
Não é demasiado lembrar de que, no Governo anterior ao atual, logo ao ser empossado o novo Secretário da Cultura, um dos seus primeiros atos foi o fechamento do “Solar do Unhão”, então, único estabelecimento que difundia a cultura baiana pela apresentação diária de espetáculos folclóricos e de oferta da culinária típica da Bahia, no retaurante. Até hoje não houve substituição de um estabelecimento crucial para o turismo baiano, para o qual já vinham demandados os grupos tanto de brasileiros como de estrangeiros.
E o Centro de Convenções? – Vale lembrar, ainda, a questão do Centro de Convenções da Bahia. Depois de deixá-lo sem conservação por cerca de dez anos, o Governo logrou testemunhar o seu fechamento conpulsório por conta do desabamento de uma sua área. E até hoje não decidiu quanto à construção de um novo.
Padece, pois a atividade do turismo de Salvador por falta de uma política inteligente e eficiente – aliás, do que se valeu durante muitos anos o Estado da Bahia, a ponto de ser referência no país. Por sorte para a comunidade turística local, a Prefeitura decidiu assumir a responsablidade de construção de um novo CC e, por sinal, escolhendo um local que foi por nós sugerido à época: o espaço do antigo AeroClube.
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