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quinta-feira, 25 de maio de 2017

ATRAÇÕES DAS NOITES PELO MUNDO – SAMBA

Carlos Casaes
Abrajet BA
AS NOITES NOS DIVERSOS DESTINOS – BRASIL - A partir desta semana estarei abordando de uma forma diferente os temas pertinentes as minhas considerações nesta página. O que enfocarei, desde já, é como os muitos destinos internacionais valem-se de atrativos da sua cultura para animar as noites dos que lhe visitam. Para começo de conversa, vou enfocar o Brasil e, nele, o samba.
Ritmo sincopado, que é o sinônimo de brasilidade, o samba nasceu na Bahia, inclusive pela afirmação de Ari Barroso – um dos maiores compositores do passado – e confirmado por Vinícius de Moraes. Em verdade, o Samba Rural do Recôncavo Baiano foi que deu inspiração ao samba do ambiente urbano da, então, Capital Federal, o Rio de Janeiro. Na sua origem, afirma-se a descendência das batidas afro-brasileiras. Desenvolvida desde a polca dançante, o gênero encontrou terreno fértil, sobretudo, nos festejos do carnaval de rua.
FIRMOU-SE DESDE O COMEÇO DO SÉCULO PASSADO - Lá em torno das décadas de 1920 e 1930, com o desenvolvimento do mercado fonográfico e do crescimento da radiodifusão, teve consolidado o seu sucesso popular. Essa evolução foi dando espaço ao surgimento das grandes estrelas do gênero e, a cada ano, pela fundação e atuação das Escolas de Samba. Portanto, o samba-de-roda do Recôncavo Baiano constituiu os resquícios formadores do ritmo cadenciado que se consagrou para o mundo. No começo, era embalado no Rio de Janeiro pelas chamadas “tias baianas”, que eram imigrantes da Bahia. As “tias baianas”, em contato com outros gêneros populares entre os cariocas, como a polca, o maxixe, o lundu e o xote, fizeram surgir o novo estilo musical que passou a ser a coqueluche de então.
O TELEFONE COMO TEMA DE TODO O COMEÇO - Os arquivos informam que, em 1916, a gravação, no Rio de Janeiro, de “Pelo Telefone” constituiu-se no primeiro samba a conquistar sucesso. Chiquinha Gonzaga é um ícone dessa época. A partir de então, foram projetados muitos compositores que, hoje, figuram na galeria dos seus maiores artífices. A exemplo de Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha, Donga, Sinhô e tantos mais.
A verdade é que o samba ganhou os morros cariocas, como no Estácio de Sá, Osvaldo Cruz, Mangueira, Salgueiro e São Carlos, dali, migrando para a Zona Sul, onde se estilizou. As origens baianas do samba foram reconhecidas, inclusive, pela consagração do “Samba-de-Roda” como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Daquele começo, muitas foram as formas diversificadas de que derivaram, como o “samba-de-breque”, o “samba-canção”, o “samba partido alto”, até a “bossa-nova”, o “samba-rock” e o “pagode”.
O RIO COMO CONDUTOR DO SEU CRESCIMENTO - Na realidade, o Rio consolidou-se como o leito generoso em que o samba encontrou alento e entusiasmo. Desde os cabarés da velha Lapa, as casas sofisticadas da Zona Sul. Passando pelo centro onde casas de dança consagraram grandes astros, como Jamelão e Ângela Maria, do que o “Dancing Avenida” foi um exuberante exemplo, bem ali no início da Avenida Rio Branco, em frente ao aterro.
Já em plena efervescência da “Bossa-Nova”, foram tantas as “casas” da Zona Sul que contribuíram para a sua afirmação e desenvolvimento, como o emblemático “Beco das Garrafas”, passando pelo Teatro Opinião, pelas boates ”Zum-Zum”, “Fossa”, pela Drink” de Djalma Ferreira e, posteriormente, de Caubi Peixoto, até chegar ao famosíssimo e internacional “Oba-Oba”, primeiro de Sargentelli e depois do meu saudosíssimo e querido amigo Elias Abifadel.
SÃO PAULO TAMBÉM SE INSERE - Embora o Rio de Janeiro, sobretudo pela consagração das Escolas de Samba, seja o celeiro maior do samba, São Paulo segue-lhe os passos na busca de sustentar, também, a alegria do Samba. Já na fase de surgimento e evolução da “bossa-nova”, os Festivais da TV Record muito contribuíram para a consolidação de um estilo musical.
Mas, mesmo em São Paulo que, até com as suas Escolas de Samba, contribui fortemente para a fixação do Samba como estilo musical genuinamente brasileiro e que é considerado como o sinônimo de brasilidade, tem na noite um momento de confirmação. Somente para simbolizar a igual vocação da Pauliceia, bom lembrar da “Catedral do Samba”, na qual, durante muito tempo, Benito de Paula marcou ponto e foi alvo dos aplausos e da admiração de tantos fãs.
O samba, portanto, é, sem a menor dúvida, um componente dos mais importantes para a confirmação do Brasil como um dos destinos mais festejados pelos amantes dessa atividade tão fascinante que é o Turismo.
Não esquecer da musa maior que encantou o mundo, saindo de Portugal para se consagrar no Brasil e, daqui, nos Estados Unidos: Carmem Miranda.

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