Antonio Jose de Oliveira Presidente da Abrajet CE |
Iniciamos o artigo desta semana, com a chamada de atenção do presidente da Embratur, Vinícius Lummert, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, edição 11.10.17, afirmando faturar o Brasil, anualmente, apenas 7 bilhões de dólares, com a exploração das atividades turísticas, quando poderia alcançar a cifra de 19 bilhões de dólares, se houvesse mais investimentos, em infraestrutura de suporte a esse segmento econômico e maior divulgação do seu potencial turístico, por sinal, segundo disse, é o terceiro item de exportação do Brasil. “Perde apenas para a indústria química e para a de combustíveis. Está na frente da automotiva e da de alimentos. Movimenta US$ 1,2 trilhão. O Brasil tem uma parte muito pequena, de apenas 0,6%, sendo o país com maior potencial turístico de todo o planeta, segundo o Fórum Econômico Mundial”. E vem a nossa indagação: quando o Brasil chegará a receber, por ano, acima de 10 milhões de turistas?
Indo mais além, em suas declarações, acrescentou que a Embratur dispõe somente de 17 milhões de reais, para concretizar suas atividades, quando seriam necessários uns 110 milhões de reais, com medidas de curto e médio prazos. Entre elas, citou a liberação de vistos eletrônicos para visitantes estrangeiros de países, como Japão, Austrália e China. Ele, também, é a favor de que a Embratur passe a gerir o turismo brasileiro, como autarquia, o que facilitaria executar as ações planejadas por seus dirigentes e o corpo funcional.
Ante o exposto, deduzimos que o presidente da Embratur tem coragem de expressar, publicamente, sua opinião, de maneira sincera, a respeito do que vem ocorrendo com o turismo brasileiro, com apoio de seus auxiliares. Agora, se são competentes, éticos, transparentes ou não, não nos cabe atribuir-lhes essas qualidades, que devem ser inerentes a gestores públicos e da iniciativa privada.
Bem! Como são cargos (referimo-nos aos públicos), que dependem da nomeação de políticos e não, propriamente, por suas capacidades técnicas, experiências no ramo, além de conhecimentos específicos, a respeito de assuntos, ligados, direta e indiretamente, ao turismo, longe de nós a petulância de exigir deles gestões, com resultados satisfatórios, em tudo o que é para ser gerido bem. Afinal, lidam com dinheiro público e, como tal, têm a obrigação de dar satisfação à sociedade.
O presidente da Embratur, Vinícius Lummert, mostrou-se corajoso, ainda, ao mencionar ser o custo Brasil e a baixa qualidade do ambiente de negócios do país os principais entraves para o desenvolvimento do turismo. É dele a advertência: “Os consumidores sofrem diante da falta de concorrência e do ideal de descapitalismo que impera. No capitalismo, a regra é aumentar a produção e, ao fazer isso, cair o preço ou custo marginal do produto. Mas, no Brasil, não é assim. Dá-se um jeito de se produzir menos, dentro de um sistema contido, que é tão, para pagar, no final não ganha escala, não ganha força de produção e descapitaliza”.
Com tais declarações do presidente da Embratur, imaginamos que, no dia seguinte, a Embratur teria novo presidente – como é costume mudar dirigentes, nesse órgão federal, bastando desagradar aos responsáveis por suas nomeações. E, como perguntar não ofende, vamos lá: o ministro Marx Beltrão concorda com o que divulga seu subordinado, no tocante ao que ocorre, no âmbito da política pública, do turismo brasileiro? Deve concordar, caso contrário exoneraria seu auxiliar à frente da Embratur a seu pedido ou de quem o colocou no cargo.
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