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sexta-feira, 2 de março de 2018

“ESPORTE PELO ESPORTE”, JÁ NÃO EXISTE MAIS?

OLIMPÍADA AINDA É UM DESAGUADOURO - Circunstâncias conduzem-me ao retorno aos meus vinte anos de crítica esportiva. Foi onde iniciei a minha peregrinação profissional no jornalismo, levado pela inicitiva do meu saudoso cunhado, amigo, sócio e parceiro enquanto vida teve, ANTÔNIO ROBERTO PELLEGRINO. No DIÁRIO DE NOTÍCIAS por cerca de 20 anos e por tempo inferior no ESTADO DA BAHIA, matutino e vespertino (à época havia essa dicotomia) integrantes do maior grupo de comunicação que o país já conheceu: “DIÁRIOS E EMISSORAS ASSOCIADOS”, do emblemático jornalista paraibano Assis Chateaubriand. 
A ideia me faz bailar sobre duas contrastantes alternativas: o vergonhoso desfecho de um dos mais consagrados clássicos do futebol brasileiro, o BA X VI, e as fantásticas Olimpíadas de Inverno da Coréia do Sul. No primeiro, o exemplo de tudo quanto negativo e condenável se pode admitir no esporte, no segundo a fantástica performance de denodados atletas.
A VERGONHA ENODOOU O FUTEBOL - O chamado “Barradão”, estádio do Esporte Clube Vitória, foi palco de um dos mais escandalosos e condenáveis espetáculos que o futebol brasileiro testemunhou na sua história. Atuavam as duas maiores forças do “esporte bretão” da Bahia e, coincidentemente, quando o Governo do Estado inaugurava uma nova avenida, ligando a Avenida Paralela (Luiz Viana Filho) ao “Barradão, em homenagem a um dos maiores ídolos do próprio Vitória, o ex-craque e ex-treinador MARIO SÉRGIO, desaparecido tragicamente no acidente aéreo que vitimou a Chapecoense.
No primeiro tempo, o rubro-negro inaugurou o placar, com as comemorações habituais, sem o menor incidente. Na segunda fase, após cobrança de escanteio contra a Vitória, a bola tocou no braço do volante Uillian Correia: pênalte. Cobrado pelo atleta Vinicius, do Bahia, este “encaçapou o balão e saiu para o abraço”. Na comemoração, ao lado da trave onde ocorreu o lance, comemorou com uma encenação muito próprio de situações que tais, aliás, criação dos “pagodeiros” da vida, dancinha constantemente vista em espetáculos musicais e, sobretudo durante o Carnaval. Sem que ninguém se manifestasse contra. Aquele rebolado seguido do gestual comumente caracterizado como “creu”.
UM QUADRO QUE DEVE SER ESQUECIDO - Em frente ao local onde Vinicius comemorou o gôl encontrava-se uma parte dos 90% da torcida rubro-negra (a torcida tricolor, 10%, encontrava-se no lado oposto). Foi o bastante para que o goleiro rubro-negro Fernando Miguel, saísse em desabalada carreira para agredir o atleta tricolor. O que motivou aos seus demais companheiros, como o KANU, o mais agressivo, que não aceitou ser contido por ninguém e distribuiu socos e pontapés.
Generalizou-se a confusão, com atletas das duas equipes, reforçados pelos “bancos”, envolvendo-se no maior tumulto. A ponto de um dos defensores tricolores ter o rosto lesionado com o sangue a escorrer. Resultado, três atletas do Vitória e dois do Bahia, mais dois do “banco” tricolor” expulsos. No reinício do jogo, falta violenta de um atleta do Vitória, resultante em expulsão e totalizando quatro, pois. 
A DECISÃO VERGONHOSA -  Ali seguiu-se a mais condenável decisão: ao ser autorizada a cobrança da falta pelo tricolor, o zagueiro Bruno, do Vitória, que já havia sido punido com cartão amarelo, acintosamente atirou a bola para longe. Consequência: nova expulsão, o que determinou o encerramento do jôgo em virtude de o Vitória se encontrar já com 5 jogadores a menos. E a regra determina que, nesses casos, deve ser dada por encerrada a competição.
Consequência, na conformidade do regulamento do campeonato baiano, artigo determina que, em casos semelhantes, a equipe que deu causa perderá os pontos, que vão para o adversário. E mais, clube suspenso e rebaixado. O pior de tudo foi a denúncia de que a atitude de provocar a expulsão teria sido autorizada pelo próprio treinador do rubro-negro. Leitura labial procedida por dois técnicos na gravação de diálogo do treinador com atleta, por iniciativa do jornal Correio da Bahia, demonstra a determinação do comandante ao seu subordinado.
Um clube centenário, com uma história tão brilhante, ter maculada a sua rica biografia com um espetáculo tão deprimente. E não vale alegar que houve desrespeito pelo jogador adversário porquanto o próprio Vitória foi protagonista de acontecimento, em um BA X VI do passado, quando seus atletas comemoraram gol em cima do escudo do seu tradicional adversário. E não houve qualquer reação agressiva, à época.
LAVANDO A ALMA – Preferimos encerrar estas elocubrações com a belíssima imagem do término da Olimpíada da Coréia do Sul, com a atleta norueguesa, M. BJORGEN, de 37 anos, encerrando a sua carreira e vencendo a maratona de 30 km de esqui na neve, com o fantástico tempo de 1 hora e 22 minutos. Competição que foi concluída pela bielarrussa, 45ª a fechar o percurso em 20m e 10 segundos depois.

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