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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

UMA ROTA DOCE E SABOROSA - O CACAU É UM MARCO DE DESTAQUE NA HISTÓRIA DA BAHIA

A riqueza do cacau para a história da Bahia ultrapassou o caráter econômico e deixou marcas profundas na cultura e gastronomia das cidades do sul do estado. Matéria-prima do chocolate e de outros produtos como cachaças, vinagre e artesanato, o cacau rendeu para seus produtores uma vida luxuosa até o declínio da cultura, no final da década de 80. Hoje, Ilhéus - expoente do cultivo do fruto no estado - e as cidades vizinhas atraem turistas interessados em conhecer as fazendas produtoras do cacau e viver um pouco da experiência que a rota do chocolate proporciona.


A economia cacaueira foi abalada em 1989, quando a praga vassoura-de-bruxa foi implantada propositalmente nas plantações e fez com que o produto se tornasse impróprio para o comércio. O fato foi considerado uma das maiores tragédias da região, trazendo desemprego e falência de muitos coronéis. Se antes o Brasil produzia quase 400 mil toneladas por ano, hoje a previsão é que esse número chegue a 274 mil, o que coloca o país na quinta posição dos maiores produtores. A produção brasileira é feita nos estados da Bahia, Pará, Espírito Santo, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, que concentram cerca de 60 mil agricultores do cacau.
FAZENDA YRERÊ – Com 200 anos, a Yrerê abriu suas portas para o turismo e há 11 recebe visitantes de várias partes do mundo, além de seguir na produção do fruto. O proprietário do local, Gerson Marques, conta que as visitas de quase 4,5 mil turistas recebidos por ano são mais rentáveis que os 40 mil pés de cacau plantados.
FAZENDA PROVISÃO – Há nove anos recebendo turistas, a Provisão tem 750 hectares e oferece um tour na plantação de cacau com informações da época, guiado por nativos da região. Com origem portuguesa, a fazenda chega a receber 500 turistas por mês que conhecem, entre outros atrativos, a Casa Sede, uma espécie de “casa-grande”, e a capelinha da fazenda. A história do local também é narrada pela gastronomia das receitas clássicas passadas de mãe para filho, como a moqueca de cação e o feijão de leite, que entram no cardápio do visitante. O local oferece, ainda, seis leitos para quem deseja  ficar hospedado. 
Além das fazendas, a rota do chocolate tem ganhado mais visibilidade por meio da 9ª edição do Festival do Chocolate e Cacau, que foi realizada em julho deste ano, levou 60 mil visitantes a Ilhéus e injetou R$10 milhões na economia. Para estimular o roteiro, o governo baiano também estuda criar um projeto de implantação da Estrada do Chocolate em Ilhéus, com passeios por fazendas de cacau e locais produtores de chocolate, sítios históricos, cachoeiras e áreas de preservação ambiental.
HISTÓRIA E CIÊNCIA – Maias e astecas já valorizavam o cacau, que era utilizado como moeda.  Ao longo do tempo, o fruto ganhou visibilidade em outras regiões do planeta e o chocolate aumentou ainda mais seu consumo, principalmente em países da América do Norte e Europa. De olho na melhoria da produção de chocolate com mais qualidade no território nacional, Ilhéus recebeu, em março, o Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia (PCTSul) e o Centro de Inovação do Cacau (CIC), que consistem em estudar e desenvolver estratégias no auxílio aos agricultores para uma melhor produção. (Com o MTUR). 

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