DELATORES PREMIADOS & ALCAGÜETES - Como eu, acho que a quase totalidade dos brasileiros não tolera quem delata. Soa péssimo aceitar tipos que cometeram delitos, mas entregam quem era considerado amigo no avanço do que é alheio, com o fim de amenizar suas penas. Pior quando soltam a língua em conversas com os então protetores ou companheiros, fazendo gravações secretas, portanto já mal intencionados. Pessoas deste quilate são capazes até de trair pai, mãe e irmãos, na fraca ilusão de pagar menos pelas suas falcatruas. Os delinquentes de colarinho branco assim agem, na suposição de que o estrago só lhes traz proveito, pois vão cumprir penas muito menores, com tornozeleiras, em casa. Pouco vale a execração da sociedade. Se o fato ocorresse no mundo dos marginais contumazes e que estão nas páginas policiais, sem colarinho branco, a coisa seria bem diferente. Alcagüete não fica vivo no mundo do crime. Morre ele e até familiares. Lógico que não desejamos a pena de talião para ninguém. Mas a “honra” dos criminosos de assaltos, homicídios, da comercialização de drogas é esta. Para terminar, com raras exceções, nesta questão dos lava-jatos e quejandos, diga-se que não se viu ninguém do PT delatar nenhum companheiro. Alguns estão com penas elevadas, mas não se tornaram delatores de companheiros.
BOA ESTADA - O receber bem os visitantes é da índole do cearense. Pois foi respeitando esta tradição que desejamos boa estada à atual presidente da Abrajet Nacional, jornalista Miriam Petrone. Ela, skalega paulista, veio a Fortaleza participar da elegante noitada que aconteceu no sábado último, no Hotel Marina Park, ocasião da posse solene da empresária cearense Priscila Cavalcanti na presidência do Skal Nacional. No nosso curto “bate-papo”, ao lado do colega José Rangel, fiz questão de lhe dizer que a recebíamos com o desejo de que passasse bons momentos entre nós. Contudo, continuava formando na oposição ao seu mandato. Confirmo aos integrantes da Abrajet Nacional continuar firme ao lado do pessoal da Abrajet de 12 estados, o qual contesta a atual administração da entidade, principalmente pelos fatos negativos ocorridos durante o recente Congresso realizado em Santos, São Paulo.
DURO NA QUEDA – É muito difícil encontrar-se pessoa tão fria, com tanta desfaçatez como o deputado Eduardo Cunha, afastado da presidência da Câmara pelo STF e implicado até o pescoço em atos ilícitos. Esperando pronunciamento da Comissão de Constituição e Justiça e julgamento final de cassação ou não do seu mandato pelo Plenário da Câmara., acusado de mentir ao dizer que não possuía dinheiro depositado ilegalmente na Suiça, Eduardo Cunha, com arrogância, desmente constantemente o que já está provado. Desmente sem pestanejar, sem o menor pudor. Não toma conhecimento de que é réu no STF, agora em duas situações. Desmente ter recebido propina do petrolão, mesmo diante das evidências de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica. Finge desconhecer que está perto de perder a função de presidente da Câmara Federal e até do mandato de deputado federal, segundo tudo indica. Em recente entrevista, disse o impassivo deputado: "Em primeiro lugar, eu não renunciei, como vocês podem ver. Em segundo lugar, eu não tenho o que delatar. Eu não tenho crime praticado e não tenho o que delatar". Até quando continuará interpretando “com segurança” o papel de moço sem pecados? Lembrei-me agora do Lupicnio Rodrigues: “...sem sangue nas veias, sem coração...”
