Igreja de Nosso Senhor do Bonfim |
Religiosidade, fé, cultura, história, canonização de Irmã Dulce. Os motivos são variados, mas o certo é que cresce significativamente o número de turistas que procuram as igrejas, santuários e basílicas de Salvador para visitarem durante todo o ano, com especial incremento no verão.
No caso específico do Santuário da Santa Dulce dos Pobres, a canonização elevou o número de visitantes de 65 mil, em 2018, para 125 mil, em 2019, representando uma alta aproximada de 100%, de acordo com informações das Obras Sociais de Irmã Dulce (Osid).
Toda a obra social que envolve a santa baiana causa comoção não apenas àqueles que comungam a fé católica, a exemplo da coach e empresária de Recife, Kátia Gomes, espírita, que frequenta as Obras Sociais de Irmã Dulce há mais de 10 anos. Disse ela"Neste último ano (2019) vim a Salvador pelo menos uma vez ao mês e sempre venho aqui no memorial, no santuário, e cada vez é uma experiência única, uma emoção que não dá para explicar".
O crescimento também foi percebido na Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, padroeira da Bahia, construída pelos portugueses, em 1549. Segundo a administradora do templo, Marília Gabriela, antes recebiam, por dia, cerca de 30 visitantes, "atualmente estamos recebendo uns 100".
No seu interior, além de toda a beleza arquitetônica e das pinturas, ainda tem um memorial, com várias relíquias como uma roupa que veste a imagem de Nossa Senhora nas procissões de 8 de dezembro, doada pela família de J.J. Seabra; trajes antigos de sacerdotes, encontrados recentemente; e um órgão alemão de 1.100 flautas, datado de 1819. Ainda tem curiosidades como um armário que encobre uma sala e uma fonte em área aberta, doada para a igreja. Não é cobrada taxa de visitação ao tempo. Já para acesso ao memorial há uma taxa de R$10, que vale muito à pena diante de tanta história.
Se o mês de janeiro está movimentado para os outros templos, o que dizer do Santuário do Senhor do Bonfim, cujo mês de janeiro é todo dedicado a Ele, com uma festa conhecida no Brasil e no mundo, que é a "Lavagem do Bonfim", realizada sempre na segunda quinta-feira do ano, após o dia de Reis (6 de janeiro). Este ano, a celebração foi na última quinta-feira.
A festa é palco histórico, cultural, político, congregando o sagrado, o profano e o sincretismo religioso. Para o reitor da Basílica, padre Edson Meneses da Silva, é um grande acontecimento na cidade, que tem todas essas características. Ele também lembrou que tradicionalmente as sextas-feiras no Santuário já são movimentadas, mas a última do ano de 2019, "batizada" como a "sexta da gratidão" deve ter levado cerca de 100 mil pessoas à Colina Sagrada, entre moradores locais e turistas. O mesmo ocorreu na primeira sexta-feira de 2020, considerada a da proteção, quando os fiéis vão fazer seus pedidos para o ano que se inicia.
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