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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

ALGUNS LOCAIS SOFREM COM EXCESSO DE TURISTAS

Quando destacamos, em matéria de turismo, os benefícios socioeconômicos e culturais, comumente, esquecemos que nem tudo é sensacional e não causa problemas aos polos receptivos de turistas. Há países, em cinco lugares do mundo, que sofrem com o excesso de turistas: Tailândia (Maya Bay); Itália (Cinque Terre); Peru (Machu Picchu); Coreia do Sul (Jeju Island, o paraíso exótico esgotado); e Colômbia (Cãno Cristales). 
Leiamos o que disse, acertadamente, Marina Novelli, professora de turismo e desenvolvimento internacional, da Universidade de Brighton, na Inglaterra. “A princípio, quanto mais turismo melhor, certo”? Nem sempre. “Alguns locais estão sofrendo com o excesso de turistas, que danificam o meio ambiente, alteram o tráfego local, pressionam os sistemas públicos de saúde e transporte e ainda influenciam no preço das moradias locais”. 
Ela chega a afirmar ainda: “Quando se fala de viagens e turismo, nós pensamos sobre praias, feriados, resorts e cenários icônicos. Não pensamos em políticas de espaço, justiça social, igualdade de gênero, alívio da pobreza, gerenciamento ambiental ou o impacto de epidemias ou conflitos que podemos causar nesses destinos”. 
Ante o exposto, sente-se, claramente, que deve existir sempre a preocupação com essa atividade econômica, social e cultural, nos ditos polos receptores de turistas nacionais e internacionais, para que o turismo não venha a tornar-se maléfico aos habitantes das localidades receptoras de visitantes.
Não se pode ou deve, na corrida pelo lucro fácil e crescente, inviabilizar um segmento da economia, capaz, se executado, racionalmente, de gerar muitos empregos, renda, divisas, melhorar a infraestrutura física (saneamento básico), divulgar a cultura, ampliar a integração dos povos, produzir riquezas e retirar muita gente da miséria.
Mas, se o turismo pode causar sérios danos, acima apontados, aos habitantes de determinado polo receptor, tem-se de, em parceria, por intermédio de organizações públicas e privadas, exterminar, de vez, o que está a prejudicar, mediante uma irracional exploração, os nativos da localidade. Acima de tudo, é necessário não agredir o meio ambiente (flora, fauna e recursos hídricos) e a cultura do povo. 
Escrevemos, vez por outra, neste espaço, que o Turismo não deve ser explorado, em sua totalidade, somente em benefício de alguns privilegiados, financeira e economicamente, em detrimento de uma maioria, que faz parte de uma população, residente em áreas com potencial turístico. 
Temos lembrado, também, que turismo precisa ser uma atividade coletiva e não individual, ou seja, desenvolvido, de forma sustentável, para que não sofra solução de continuidade, em suas ações construtivas, onde todos ganhem e não, apenas, os exploradores da sua cadeia produtiva, composta por mais de 50 atividades socioeconômicas e culturais.
Quanto a nós, torcemos para que o turismo cearense cresça sempre, esteja em rede e na rede, Brasil e mundo afora, e os resultados satisfatórios revertam-se em prol da população. Bom lembrar que o sucesso de hoje não garante o de amanhã, senhores (as) empresários (as) e gestores públicos (das esferas federal, estadual e municipal) do turismo. 
Avante, gente! Tudo pelo turismo do Ceará, porém se respaldando nos princípios éticos, no profissionalismo e na transparência. Bem! Maravilhoso fim de semana para quem lê nossos comentários!

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