Carlos Casaes Abrajet BA |
O Aeroporto Internacional Deputado Luiz Eduardo Magalhães continua esquecido pelos órgãos que o administram. Embora a sua privatização tenha sido anunciada, junto a outras unidades do país, cada dia aquele importante equipamento vem se degradando ainda mais.
Conquanto a grande reforma anunciada antes mesmo da Copa do Mundo não tenha sido realizada, a sua situação é de quase calamidade. Escadas rolantes desativadas, ausência de manutenção nos sanitários, dentre outras necessidades, extremamente agravadas com o não funcionamento do ar condicionado, em todas as suas dependências, até para as próprias instalações administrativas da Infraero. Pelo menos foi o que se testemunhou semana passada.
Enquanto isto, o Governo do Estado parece não reconhecer essa extrema situação, deixando de reivindicar com firmeza, desde a gestão passada, a execução do antigo projeto de ampliação. Sobretudo na melhoria das condições atuais.
Queda drástica do movimento
Só para lembrar, a queda do movimento no antigo Aeroporto Dois de Julho alcançou quase 18%, com chegadas e partidas no ano passado, reduzido para em torno de 7.4 milhões de passageiros, contra os 9 milhões de 2015.
Enquanto isto, os números também são desfavoráveis no que concerne aos voos. Por exemplo, foram cancelados voos da American Airlines para os Estados Unidos. Voos da alemã Condor igualmente foram suspensos e o único que restava já teve o seu cancelamento próximo anunciado. Para não falar das companhias nacionais que estão deixando de priorizar, como antes, a capital baiana.
Já comentamos no passado a relação entre os números dos aeroportos de Salvador e de Recife, mas é bom que se veja que a diferença entre o movimento anual do aeroporto baiano contra o da capital pernambucana caiu de 2.3 milhões de passageiros para apenas 637 mil.
Evidente que essa situação envolve política de governo, porquanto as companhias aéreas, que também enfrentam problemas e reivindicam redução do ICMS aplicado no combustível, não têm encontrado repercussão junto ao Governo do Estado.
Secretário acusa razões políticas
Está havendo um velado desentendimento entre o Secretário de Turismo do Estado da Bahia e as principais lideranças do turismo da “boa terra”. É o que afirmam os seus críticos, no sentido de que o ex-Presidente da ABAV/Bahia, José Alves, estaria apontando aqueles que acusam o Governo do Estado como responsável pela crise por que atravessa o turismo baiano, de que, na realidade, estariam assim procedendo para enfraquecer o mesmo Governo diante da disputa política atual. É que os indicadores sugerem que o Governador, que irá se colocar para a reeleição, tem como seu principal contendor o atual Prefeito de Salvador.
Uma outra crítica destinada ao atual titular da SETUR partiu do ex-Secretário Domingos Leonelli. Numa visita ao festejado bloco baiano “Cortejo Afro”, Leonelli queixou-se de que o atual está desfazendo tudo quanto plantou de bom no turismo do Estado. Foi o que noticiaram os veículos.
Os argumentos
No entanto, argumentam, os que sustentam as críticas, de que as estatísticas são que falam mais alto e apontam a deficiência e ausência de prioridade na política desenvolvida em torno da atividade do turismo. E sinalizam com a inexistência de um programa sistemático de promoção durante todo o ano, nas suas diversas vertentes, o que relacionam como uma das causas da queda vertiginosa do fluxo de visitantes.
Ao lado disto, relacionam ainda mais o próprio descaso em que se encontra o Aeroporto Internacional de Salvador como uma deficiência imperdoável, geradora de desconforto dos seus usuários.
Da mesma sorte quanto a indefinição sobre o destino do Centro de Convenções, que ainda não teve, sequer, a localização para a construção do novo equipamento definida. Está gerando uma perda, inclusive, de arrecadação para o Estado, além de comprometer a sazonalidade.
Litoral Norte vai bem obrigado
Enquanto Salvador debate-se com essa problemática, os complexos hoteleiros do Litoral Norte da Bahia vêm registrando índices satisfatórios. Tanto para o município de Camaçari, quanto para o de Mata de São João e o de Entre Rios, sobretudo.
Até o Município de Jandaíra, no extremo Norte do Estado, limite com Sergipe, está sendo beneficiado com a excelência da procura por, cada vez mais numerosos, visitantes a praia de “Mangue Sêco”.
O que tem muito contribuído para essa “corrida” ao Litoral Norte é, sem dúvidas, a construção da Estrada do Côco seguida da “Linha Verde”, sobretudo com a sua duplicação até a Praia do Forte. Esse pormenor inspirou a tantas empresas internacionais a construir ali os seus excepcionais equipamentos.
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