Só estando presente para acreditar. Numa ilha do rio humano, “porque afinal é filho de um abraço”, como cantou o poeta cearense Quintino Cunha em relação ao “Maior rei dos rios do universo”, o Amazonas, a cidade de Parintins, na última dezena de junho recém findo, transformou-se na capital brasileira da alegria. Os seus pouco mais de 100 mil habitantes passaram para mais de 200 mil. Era gente por toda a parte com ares de satisfação pela manhã, tarde, noite e madrugada, nos dias 24, 25 e 20 últimos, época do 46º Festival Folclórfico. Os poucos hotéis, destaque maior para o Amazon River, as residências e os portos da “Ilha da Magia” ficaram superlotados e muita gente se arranjou como pode para participar no Bumbódromo da multicolorida disputa entre os eternos rivais Garantido e Caprichoso. Para se ter idéia, diga-se que, no dia 24, Parintins estava com cerca de 91 embarcações ancoradas, grandes, médias e pequenas, as duas últimas repletas de redes armadas. Fato a registrar é que a rivalidade dos partidários dos bois litigantes não os leva a confrontos indesejáveis, Nada de violência. Torcem ardorosamente, mas sem agressões físicas ou morais, contundente exemplo para as torcidas organizadas e torcedores em geral de futebol, pelo Brasil a fora.
O FESTIVAL Fomos testemunha de que, na realidade, o Festival Folclórico de Parintins pode ser considerado o maior do mundo. No sempre lotado Bumbódromo, arena para 35 mil pessoas, os três dias de apresentação dos bois Caprichoso e Garantido refletiram um mundo mágico, multicolorido, show de fogos cortando o céu; desempenho impecável dos litigantes; alegorias luxuosas e temáticas.. Na arena, uníssonos, vibrantes, sincronizados os torcedores de cada boi deram mais vida ainda ao deslumbrante espetáculo.
Após os três dias, com o tema "Miscigenação", numa disputa acirrada, o boi Garantido sagrou-se campeão do Festival Folclórico de Parintins 2011, com 1.258,8 dos pontos. Superou o Caprichoso por dois décimos, o qual teve 1.258,6 pontos. Deu certo a defesa da floresta e dos seus defensores Chico Mendes, Dorothy Stang e o casal Maria do Espírito Santo e José Cláudio de Ribeiro, recentemente assassinados no Pará por conta de conflitos de terra.
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