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sexta-feira, 8 de maio de 2015

FILHOS ILUSTRES DO CEARÁ MERECEM MAIS HOMENAGENS

Antonio José de Oliveira
Fundamentando-nos em informações de nossa filha Arusha Kelly, formada em Letras pela Universidade Federal do Ceará, escrevemos, neste jornal, sobre um fato que nos entristeceu muito, após dele tomarmos conhecimento: o descuido com o túmulo, na cidade de Assaré, para com seu filho mais ilustre, Antonio Gonçalves da Silva, o imortal poeta popular Patativa do Assaré, que projetou o município e o Ceará Brasil afora e além-fronteiras.
 Neste artigo, abordamos a figura humana do compositor Humberto Cavalcanti Teixeira, nascido em Iguatu-CE, no dia 5 de janeiro de 1915 e falecido, em São Conrado, Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1979. Ele contribuiu – não restam dúvidas -  para evidenciar outro compositor e cantor pernambucano, natural de Exu, Luís Gonzaga, o Rei do Baião. Um grande sucesso da dupla é a composição Asa Branca, lançada em 1947. Foi advogado, político, instrumentista, poeta, compositor, fundador e Presidente da Academia Brasileira de Música Popular.
Do nosso conhecimento, são filhos destacados de Iguatu, dentre outros, com projeção nacional, o maestro Eleazar de Carvalho e Evaldo Gouveia, este parceiro de Jair Amorim, compositores e cantores que, com belíssimas canções, da MPB, na voz de Nélson Gonçalves, encantaram milhões de brasileiros, curtidores das noites de boemia, inclusive nos extintos cabarés nas capitais e cidades do interior.
Agora, vem-nos à mente os ditados populares: “Santo de casa não obra milagres” e “Prata de casa não tem valor”. Se chegarmos a Iguatu e perguntar às pessoas, onde fica a casa do cantor e compositor Humberto Teixeira, raríssimas saberão responder a indagação de um curioso ou a de um pesquisador. Neste momento, chegamos a corroborar com o dito popular supracitado.
Para começo de história, não há estátua ou busto, nas praças, em homenagem ao falecido compositor Humberto Teixeira. Há, sim, a casa, onde morou, até aos 15 anos de idade, quando partiu para a cidade do Rio de Janeiro, porém devia ser aproveitada para um museu em sua homenagem. Bem! Até se compreende, embora não se justifique, que as gerações atuais não saibam a importância de Humberto Teixeira para a Música Popular Brasileira (MPB), sobretudo a denominada Música Sertaneja, cujas letras e melodias retratam o sofrimento do homem do campo e as agruras de um meio rústico e desumano, para seus habitantes, em épocas de seca.
Bem! O escritor e poeta Dideus Sales, natural do município de Independência-CE, porém residente em Aracati-CE, publicou o livro “Humberto Teixeira, o Mito mais que um Letrista”, no qual, em forma de poemas, diz muito desse compositor, de renome nacional, na MPB. Seu livro-poema, em homenagem a Humberto Teixeira — podemos dizer — é um grito, na consciência de todos os cearenses de que há necessidade de se enaltecer mais esse ilustre cearense, orgulho da “Terra de Iracema”, nas Letras, na Política, na Advocacia e na Música.
Feito o desabafo, esperamos que a Prefeitura de Iguatu, por intermédio de sua Secretaria de Cultura, a Câmara Municipal e outras organizações públicas e privadas, enalteçam, com a construção de bustos ou estátuas, além da denominação em avenida, escolas etc. aquele que, em vida, soube honrar a terra em que nasceu, compondo belíssimas canções e convivendo com exponenciais figuras humanas da Literatura, da Música e das Artes no Rio de Janeiro.
Sabemos que, em sua homenagem e reconhecimento, foi batizada, com seu nome, a Rodovia CE-021 (que liga Iguatu a Fortaleza), a Agência do Banco do Nordeste do Brasil de Iguatu e o Centro Cultural Iguatuense. Isso ainda é pouco. Ele merece mais. O eclético Humberto Teixeira morreu, aos 64 anos, no dia 3 de outubro de 1979, de infarto no miocárdio, em São Conrado, no Rio de Janeiro.  Agora, fica a sugestão: que tal reformar a casa, na qual nasceu e transformá-la em um museu, como existe o museu do Patativa do Assaré?
Vamos, gente, valorizar e divulgar mais o que os filhos famosos do Ceará realizaram e realizam, em prol da Cultura do nosso Estado e do Brasil, nos diversos campos de suas especialidades. Mãos à obra!
Antonio José de Oliveira
Vice-presidente da Abrajet-Ceará

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