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sexta-feira, 17 de março de 2017

CALEIDOSCÓPIO - BOM SENSO

BOM SENSO
Pouco antes da década de l980, Fortaleza começou a contar com mais um ambiente para divertimento. Com a chegada da barraca “Chez Pierre”, na zona leste da cidade, nas vizinhanças do Farol do Mucuripe, o local passou a ser frequentado pela sociedade,  não apenas para o banho de mar, mas sobretudo pelo caranguejo que servia e a boa música e animação do ambiente. Logo, logo a “Praia do Futuro” foi pontilhada de outras barracas e ganhou fama. A vida do fortalezense e dos poucos turistas que nos visitavam, principalmente nos finais de semana, já não se voltava apenas para as praias de Iracema, do Náutico e do Mucuripe, que consolidavam a nossa vocação de oferecer o que se passou a  chamar de turismo de sol e mar. Anos depois, esta primeira etapa da Praia do Futuro foi perdendo o charme, pela falta de ordenamento das barracas e mau serviço que oferecia. Principalmente, ficou um local perigoso pela ação dos marginais. Aí, empresários de visão, já com mentalidade de engajamento nos negócios turísticos, iniciaram construção de novas barracas de boa apresentação além da faixa degradada da Praia do Futuro, após o Clube dos Magistrados e em demanda do litoral sul, até o Caça e Pesca. Vieram então sofisticados “points”, cada um oferecendo melhor serviço, com mais opções de lazer e culinária que englobava  peixes e  mariscos. O Chico do Caranguejo ganhou fama, principalmente nas noitadas das 5ª feiras. Humoristas e bandas famosas passaram a fazer parte do “cardápio” dos dias e noites da novo ambiente. Hotéis de muitas estrelas também lá se instalaram. Enfim nesta nossa Fortaleza de muito litoral e sol abundante, cantante, com os bons serviços das barracas e o ordenamento ultimamente realizado pela Prefeitura da Capital, a Praia do Futuro hoje tornou-se patrimônio preferido da cidade. É ela, com a Avenida Beira Mar e a Praia de Iracema, forte  referência do nosso turismo,  impensável de modificação da maneira como é. Como nem tudo são flores na vida do cearense, a Gerência Regional de Patrimônio da União questionou a presença das barracas na Praia do Futuro, apontando irregularidades na ocupação da região. Por seu turno, em 2005 o Ministério Público Federal promoveu ação pedindo a retirada de todas elas. Daí até hoje vem sendo atormentada a vida dos que comercializam por lá. Não se enxerga que, pela negligência da União no tempo devido, a situação da Praia do Futuro como de  outras regiões Brasil  não pode mais ser castigada por conta de uma legislação superada, dada a importância que assumiram. Lá está uma das maiores razões de ser do turismo do Estado. Por lá circulam   cerca de 6 milhões de pessoas por ano, proporcionando uma receita de muitos milhões de reais anualmente. É fortíssima sua importância na geração de emprego e renda. Por tudo que representa para a nossa economia e como ponto de lazer, seria até um “crime” a extinção das barracas do local.  É por tudo isto que o governo do Estado, a Prefeitura de Fortaleza, a Câmara Municipal e, sem distinção, todas as entidades que constituem a cadeia do turismo do Ceará desaprovam a ação em curso para a derrubada das barracas. Que haja uma adequação do uso e ocupação do local é racional. Que haja corredores na praia para uso de toda população, é mais do que correto. Extinção das barracas, nem pensar.  O julgamento da ação não foi concluído ontem, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região , por conta de um pedido de vista de um dos desembargadores. Quer dizer, por mais alguns meses ainda continuará o angustiante problema. Como já está encaminhado, aguarda-se que o resultado final seja favorável a que a Praia do Futuro não desapareça do mapa do turismo de Fortaleza. 

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