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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

CALEIDOSCÓPIO - PAÍS SURREALISTA

Neste nosso Brasil velho de guerra  acontecem fatos que racionalmente não se tem maior explicação. E a grande massa da população não reage e até acha normal que assim ocorra. Nas áreas da política e da administração pública, então, sucede-se a maioria de casos que, normalmente, são difíceis de se entender. De tão repetidos, tornam-se “normais”, não havendo consistentes reações. Como exemplos, vejamos apenas os acontecimentos dos últimos tempos. Arrastou-se por vários meses  no Supremo Tribunal  Federal  o julgamento de mais de três dezenas de políticos, banqueiros  e empresários denunciados pela Procuradoria Geral da República como incursos em delitos que “sangraram” o País, com  intuitos de benefício político de partidos e de parlamentares.  Também, de enriquecimento ilícito. O julgamento foi às claras, com argumentações minuciosas dos julgadores, com transmissão de tv ao vivo e  na presença de sumidades da advocacia brasileira. O chamado Mensalão chegou ao seu final, após acirrados debates entre os ministros do STF, tendo como protagonistas principais, de um lado, o hoje presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa;  do outro, o ministro Ricardo Lewandowski. A maioria dos acusados foi condenada, entre os quais políticos de “alto coturno” como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o presidente do PT, José Genoíno, os deputados João Paulo Cunha, Roberto Jefferson (o delator do Mensalão), e Valdemar Costa Neto. Pois bem. Agora, o partido mais atingido no julgamento das falcatruas, o PT, está  desqualificando a decisão do Supremo, dizendo ter sido tendenciosa e com o intuito político. Não é engraçado. Teriam  sido ingratos os ministros do STF, a grande maioria indicada pelos dois presidentes do PT, Lula e Dilma Rousseff? Apenas mais dois outros momentos de como age a maioria dos nossos parlamentares. O  Senado Federal elegeu Renan Calheiros por ampla maioria para a presidência da Casa. Na legislatura anterior, o politico  alagoano, que era  presidente do mesmo Senado, renunciou ao cargo, acossado que estava por denúncia de sérias irregularidades, inclusive envolvendo ex caso  amoroso. Renunciou, saiu fagueiro e voltou ao Senado nesta legislatura. Calheiros está sendo acusado ainda pela PGR de um série de deslizes quando  administrou o Senado e também de emissão de títulos duvidosos. Mas o seu Partido, o PMDB, não quis saber de nada, mesmo contra o protesto de eminentes senadores da sigla, como Pedro Simon. Será que não possui em seus quadros outro senador capaz e sem acusações na vida pública e particular? Viva!  O político alagoano será presidente até o final da atual legislatura. Para  terminar, somente dizer que o mesmo PMDB elegeu, na última segunda feira,  Henrique Eduardo Alves  para presidente da Câmara Federal. O deputado, como seu colega do Senado, é apontado como envolvido em atos ilícitos, no seu Estado, o Rio Grande do Norte. O que pensar da Ficha Lima?  Letra morta e apenas uma quimera? É assim mesmo neste nosso país surrealista. Povo sem uma educação de qualidade, sem que lhe seja ensinado os mínimos direitos e deveres de cidadania não pode agir de outra forma. Tudo faz crer que para  a grande maioria que dirige o Brasil o melhor mesmo é o “status quo”. 

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