DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
A imprensa noticiou que, no dia 25 último, em Addis Abeba, o porta-voz da Presidência do Brasil, Thomas Traumann, anunciou a anulação de US$ 900 milhões de dívidas de 12 países africanos, acrescentando: "Ter relações especiais com África é estratégico para a política externa brasileira". País “rico” e que tem “amigo do peito” age assim. Mas, para nós, analfabeto em problemas econômicos e de governo, a decisão das autoridades desta parte do continente sul-americano nos deixa perplexos. Pelo que temos conhecimento através dos últimos informes, a situação econômica do Brasil passa por momentos de turbulência. Prova disto é a divulgação de que o crescimento do PIB, nos últimos três meses, cresceu abaixo do esperado. Ainda mais, na sua última reunião, o Comitê de Política Monetária aumentou a taxa básica de juros (Selic) para 8%, o que inibe sem dúvida que principalmente a indústria possa sair do “buraco” em que se encontra. Ora, ora, deixemos que os economistas e outros segmentos do ramo façam sua análises e projeções do momento em que vivemos. Contudo, leigo que somos, pensamos não ter sido boa esta ideia de o governo brasileiro dispensar dívidas de países africanos quando aqui, no território pátrio estamos vivendo extremas dificuldades. Há mais de dois anos, moradores de serras do Rio de Janeiro que tiveram suas casas destruídas por conta das chuvas ainda esperam pelas moradias prometidas pelo poder público. No Nordeste, a maior seca dos últimos 50 anos obriga pequenos e médios proprietários de terras a mendigar despensa de empréstimos que fizeram junto aos bancos oficiais. Nada conseguiram. No máximo, acenam com protelação do pagamento, com “juros pequenos”. Não é estranho? Também, quem mandou estes “paus de arara” terem nascido no Nordeste da nossa Pátria-Mãe?
UM REMENDO PARA CAMUFLAR
Há duas semanas, o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza estão de mãos dadas num mutirão, aos sábados, para “preparar” a Capital a fim de mostrá-la melhor, mais asseada aos olhos dos visitantes e turistas que vierem para os jogos da Copa das Confederações. Não obstante do tal Protocolo da Intenções, assinado há mais de três anos, pouco se cumpriu. O Estádio Castelão (que a Fifa impôs dever chamar-se Arena Castelão) até agora é o único exemplo do cumprimento do Protocolo. As obras para a mobilidade urbana continuam a arrastar-se por aí, muitas até não iniciadas. As que levam ao Estádio e as do seu entorno, mesmo com o aceleramento dos trabalhos, ainda não foram concluídas, causando até agora muitos aborrecimentos aos que trafegam pela área. O VLT, a promessa é que só possa trafegar às vésperas do início dos jogos da Copa do Mundo, em junho/julho de 2014. Quanto às obras estruturantes programadas e que, se feitas, dariam outra cara a Fortaleza, nada feito. Não, foram iniciados há pouco os trabalhos que deixarão a Avenida Beira Mar muito bonita, funcional, um grande cartão postal da cidade. O Acquário também está sendo tocado, com previsão de ficar pronto também no próximo ano. Então, diante dos fatos, é até louvável que se limpe a cidade, mesmo que apenas para mostrá –la mais saudável aos visitantes e, por tabela, a nós todos que aqui vivemos. Na ordem de ideias, é bom que não sejam esquecidas as principais avenidas. A Avenida Barão de Studart, a que abriga o Palácio do Governo, como de resto a Raul Barbosa, a Virgílio Távora e a Desembargador Moreira, estão com seus canteiros centrais sujos, cheios de mato; as calçadas, com pisos quebrados e muitas irregulares; a iluminação não é boa. Enfim, para uma boa camuflagem há muito trabalho a fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário