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sexta-feira, 27 de março de 2015

COMEMORAÇÕES FESTIVAS PELA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS DATA MAGNA DO CEARÁ

Quarta-feira,  25, feriado estadual, foi comemorada a libertação dos escravos no Ceará. A data festiv foi instituída por lei publicada no Diário Oficial do Estado em dezembro de 2011. Celebra o marco histórico do fim da escravidão no Ceará, a primeira província brasileira a libertar os escravos, em 25 de março de 1884 - quatro anos antes da abolição da escravatura em todo o Brasil.
As referências ao tema, no Estado, começam com o próprio Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado. Inaugurado em julho de 1970, o Palácio sediou a administração estadual até 1986. Uma história retomada em março de 2011, com a reinauguração do palácio como sede da administração estadual.
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado e um dos maiores complexos culturais e artísticos de todo o Brasil, também prestou homenagem, em seu nome, a um dos maiores personagens envolvidos na luta contra a escravidão no Ceará: Francisco José do Nascimento, também conhecido como Chico da Matilde e como o Dragão do Mar, pescador que lutou contra o tráfico de escravos no Ceará.
Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, nasceu em Canoa Quebrada, Aracati, Ceará, em 1839, e faleceu em Fortaleza, em 1914. Foi nomeado prático da Capitania dos Portos, em 1874. Conviveu com o drama do tráfico negreiro e envolveu-se diretamente na luta pelo abolicionismo. Uma de suas atitudes heroicas foi o fechamento do Porto de Fortaleza, impedindo o embarque de escravos para outras províncias. Em 1882, sob sua liderança, os jangadeiros cearenses abriram as velas de suas embarcações, na recepção do famoso abolicionista José do Patrocínio. O Dragão do Mar ajudou na libertação de escravos na então província do Ceará, em 1884, quatro anos antes da abolição da escravatura no país.
"No porto do Ceará não se embarcam mais escravos" é a frase atribuída ao Dragão do Mar que se notabilizou para a história. O jangadeiro também é homenageado em uma estátua localizada no piso térreo do Centro Dragão do Mar. Diariamente centenas de cearenses e de turistas se aproximam para registrar uma foto com a estátua, conhecendo também um pouco mais sobre a história de Chico da Matilde.
FESTIVIDADES - Na quarta-feira, 25, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura esteve com seus cinemas e museus abertos. O Memorial da Cultura Cearense ofereceu, com entrada franca, visitação à exposição "Vaqueiros", percorrendo o universo desse personagem cearense a partir da ocupação do território do Estado pela pecuária até a atualidade. A exposição inclui cenografia, imagens e objetos ligados ao cotidiano do vaqueiro e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h.
Também na quarta-feira, 25, opção cultural para cearenses e turistas foram as visitas guiadas ao Theatro José de Alencar. No dia de celebração pela Data Magna do Ceará, as visitas aconteceram às 14h, 15h, 16h e 17h.  Foi uma forma de conhecer mais sobre a história e o presente do teatro-monumento nacionalmente reconhecido, compartilhando conhecimentos sobre arquitetura, patrimônio, arte e cultura. Ingressos.
ESTAÇÃO CHICO DA MATILDE - O jangadeiro que se recusou a transportar escravos também  é homenageado pela Coordenação dos Pontos de Cultura, setor da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. O terceiro andar do prédio do Cine São Luiz, na Praça do Ferreira, ícone da tradição e do cotidiano de Fortaleza, é o espaço onde se localizam a Coordenação e a sala que a Secult disponibiliza aos Pontos de Cultura, incluindo apoio técnico especializado.
O espaço leva o nome de Estação Chico da Matilde e está disponível para visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. 
O Museu do Ceará, também um equipamento da Secretaria da Cultura do Estado, dispõe, em sua exposição permanente, de diversas peças alusivas à libertação dos escravos em nosso Estado e à luta do movimento negro ao longo da história.
REDENÇÃO - No dia 25, a cidade de Redenção, localizada a apenas 1h30m de Fortaleza, também engalanou-se, festejando a data que pôs fim à escravidão em nosso Estado.  A cidade foi a primeira província no Brasil a decretar oficialmente o fim da escravidão.. Logo na entrada da cidade é possível ver o monumento da Negra Nua, construído na metade do século passado. Além  disso museus, casas da época do Brasil Colônia, pelourinhos, engenhos de cana-de-açúcar, senzala e a Serra do Cruzeiro do Monte das Graças, com sua escadaria de 700 degraus, são outros símbolos da cidade.

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