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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

AEROPORTO: UMA PEDRA NO CAMINHO DO TURISMO BAIANO

Jornalista Carlos Casaes
Abrajet BA
PROJETO QUE NÃO SAI DO PAPEL - Já lá se vão algumas décadas que o Aeroporto Internacional Deputado Luiz Eduardo Magalhães, de Salvador, mereceu uma considerável reforma. Ainda a Bahia estava sob o Governo de Antônio Carlos Magalhães. Então, o projeto estimava de que, somente decorridos 10 anos, aquele equipamento poderia atingir o seu limite máximo de passageiros. Ocorreu que anos antes do prazo, o teto foi atingido, o que sugeriu que as projeções para o futuro indicavam que uma nova reforma deveria ocorrer de imediato.
Em verdade, a Infraero cuidou, mesmo, de estabelecer os parâmetros em que o aeroporto soteropolitano deveria alcançar: uma nova pista, uma nova lâmina na sua estação de passageiros, ampliação  dos “fingers” de atracação, uma nova Torre de Controle e ampliação considerável do seu espaço de estacionamento. Afora a cobertura, no segundo piso do estacionamento, com a ligação e cobertura, deste para o primeiro piso da estação de passageiros.
COPA DO MUNDO A GRANDE ESPERANÇA - Com o advento da Copa do Mundo, criou-se a expectativa de que todas as questões que afligiam, sobretudo, as capitais, teriam encaminhadas suas soluções definitivas. No particular de Salvador, ao lado de outros setores, como o de mobilidade urbana, a ampliação do Aeroporto Internacional, finalmente, deixaria de se constituir apenasmente em simples pretensão. 
Socorria a expectativa o fato de o Governador baiano de então, Jaques Wagner, ser, a época, considerado como um dos políticos mais próximos da Presidente Dilma Rousseff. Ledo engano. A grande verdade foi que o baiano literalmente “quebrou a cara”, porquanto o único item, de quantos perfilavam entre as reivindicações de Salvador, a ser atendido, em verdade, foi a Arena da Fonte Nova.
Quanto ao aeroporto, embora a direção local da Infraero houvesse até reunido as lideranças do turismo baiano e apresentado o projeto real de sua ampliação e anunciado a sua execução, pura e simplesmente um pobre arremedo chegou a ser ensaiado como reforma. E mesmo assim, ainda antes da Copa do Mundo o Ministro da área esteve na capital baiana e, inusitadamente e a revelia do governo local, determinou a suspensão das obras. Retomadas muito depois, ainda se arrastam pelos anos.
No entanto, afora uma ligeira ampliação do estacionamento, a nova torre de controle e remanejamento dos setores de “check-in”, nada mais foi de importante acrescentado.
A LIDERANÇA NO NORDESTE - A movimentação de passageiros no Aeroporto Internacional de Salvador estabeleceu sempre a sua liderança no Nordeste, tanto assim que, em 2015, entre janeiro e novembro, o seu movimento total alcançou 8.2 milhões de pessoas. Por conta das deficiências apontadas naquele equipamento, já no ano seguinte, 2016, aquele movimento desabou para 6.7 milhões de passageiros, com redução, em apenas um ano, de 1,5 milhão de passageiros. No mesmo período, o Aeroporto dos Guararapes, em Recife, registrou um movimento de 6,2 milhões de passageiros, o que se constituiu em aumento de 1,7 milhão de passageiros, em relação a 2015.
Proporcionalmente, até então, o Aeroporto internacional de Salvador correspondia a uma movimentação de 30% de todo o Nordeste. Com os novos números de 2015, a proporção desceu para 27,5%, enquanto o Aeroporto dos Guararapes, de Recife, subiu a sua participação no nordeste para 25,5%, no mesmo período.
NEM A RECESSÃO EXPLICA - Esses quantitativos informados pela própria Infraero demonstram que nem a recessão econômica por que está passando o país pode ser creditada a incompreensível redução. Na realidade, é mais um elemento – cuja responsabilidade encontra-se na gestão pública – que está agravando a queda do fluxo turístico de Salvador, o que está preocupando violentamente a comunidade empresarial e profissional do turismo baiano.

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