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quinta-feira, 20 de abril de 2017

CALEIDOSCÓPIO - REMINISCÊNCIAS: OS CINEMAS DA PRAÇA DO FERREIRA

REMINISCÊNCIAS: OS CINEMAS DA PRAÇA DO FERREIRA
Embalado ainda pelas comemorações dos 291 anos de Fortaleza, lembrei de muitos fatos passados na minha adolescência e início de minha idade adulta na cidade que nasci. Não vai aqui nenhuma pretensão de memorialista, dom que foi concedido ao amigo Nirez, aplaudido e consagrado na área. Apenas apelo para algumas boas lembranças dos tempos primeiros, daqueles da “escola risonha e franca”. Recordo que se conhecia quase todo mundo na cidade. A Praça do Ferreira e o seu entorno ainda eram os únicos pontos de convergência da população. Lá estavam as lojas mais sofisticadas, os cafés, os restaurantes e os cinemas.  Admirava-se o Excelsior Hotel por ostentar a fama de ser o “maior prédio de alvenaria do mundo”, no dizer do povo. As damas eram freguesas da “Cearense”, loja de modas dos irmãos Coelho. Os políticos e intelectuais batiam papo nos bancos da Praça do Ferreira. O Café Globo, do Edelberto Goes Ferreira, reunia gente de bem para soltar conversas.  O povaréu se fartava com o caldo de cana e os pastéis da “Leão do Sul”. Ou refrescava o corpo com o “pega-pinto” do Mundico. Entre tantas lembranças, pequeno retrospecto saudoso sobre os cinemas, pontos favoritos de divertimento da cidade que já se balançava para ser mais do que uma província.  A partir de 1939, fui freguês de carteirinha dos seriados das quartas-feiras no Majestic, o belo Cine Theatro Majestic Palace, edificação construída entre 1912 e 1914 e que foi destruída por grande incêndio em 1968. Ficava no lado poente da “Praça”, vizinho da Farmácia Pasteur.  Lá, nas cadeiras ou na geral, torci muito por Buck Jones e John Wayne. Era o preferido dos intelectuais.  Mas frequentei também o Cine Polytheama, com suas fitas ainda não sonorizadas. A Dorinha, no piano, ao pé da tela, dava o tom das emoções. Ficava perto do Majestic, onde hoje está o Cine São Luiz. Pela geral, entrava-se pela rua Barão do Rio Branco, pagando-se quatrocentos réis, com os bancos perto da tela de exibição dos filmes. O terceiro cinema da Praça do Ferreira, no mesmo quarteirão do Majestic e do Polytheama, era o Cine Moderno, uma casa inaugurada no dia 7 de setembro de 1921 e que encerrou suas atividades em 21 de maio de 1968. Preferido do pessoal mais sofisticado, tinha como característica a tela de exibição do lado poente, o da entrada dos assistentes. Termino este breve relato de reminiscências sobre os cinemas da Praça do Ferreira com o Cine São Luiz, que ainda hoje pontifica, agora como ponto cultural da nossa moderna metrópole. Já estava taludo quando o “São Luiz” foi inaugurado em maio de. 1958. Como jornalista trabalhando em “O Povo”, tive o prazer de participar da pré-inauguração da moderníssima casa de Luiz Severiano Ribeiro, uma réplica do famoso “Marrocos” de São Paulo, também do cearense. Se não estou enganado, o filme foi “Suspiros de uma Saudade” sobre um romântico amor em meio a uma cidade arrasada. Era o amor de um correspondente de guerra, willin rolden com a viuva de um general naionalista, Genifer Jones .  “Anastácia, a princesa esquecida”, em 1959 inaugurou o cinema. Quantas travessuras amorosas se fazia nas vesperais ao lado da(s) namorada(s)! Enfim, tudo passa...

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