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quinta-feira, 20 de abril de 2017

RUMO À FASE ADULTA

Antonio Jose de Oliveira
Pres. Abrajet CE
O Turismo, no Ceará, vai bem? Vai, sim, senhor. Os turistas – parece-nos – ouviram os apelos publicitários e visitam a “Loira Desposada do Sol”, embora tenham aportado, também, aos polos turísticos, situados no interior do Estado, mormente na zona litorânea. Sol, falésias e mares de águas tépidas são um verdadeiro colírio para seus olhos e, indo-se mais distante da capital, há a exuberante região do Cariri, rica de atrativos naturais e culturais.
Não nos esqueçamos, outrossim, das serras (Planalto da Ibiapaba e Maciço de Baturité) e dos sertões (Quixadá, Canindé, Sobral), locais bastante visitados e com belezas naturais e outras construídas pelas mãos criativas do homem, como monumentos, templos religiosos, açudes, museus, inclusive os sacros, teatros e uma gama enorme de atrativos turísticos.
Confessamos que, em matéria de turismo, saímos da fase do engatinhamento, ficamos de pé e precisamos, apenas, de passos mais largos e mais seguros, rumo ao desenvolvimento sustentado e solidário desse segmento econômico, capaz de gerar, com menos custo, empregos e mais empregos, dos quais tanto precisamos,  em vários recantos do Brasil, e, em especial, no Ceará, sem falar a difusão da cultura cearense por aí afora.
Mas, queremos um turismo, explorado dentro de princípios éticos, respeitando-se nosso “modus-vivendi” e valorizando-se o que possuímos de belo, útil e agradável, para deixar o turista com água na boca, satisfeito e com vontade de voltar outras vezes à “Terra de Iracema”, como é conhecido, também, o Estado do Ceará.
Apesar de o Ceará estar no rumo certo, existem dois senões, no turismo cearense, que, dificilmente, serão resolvidos em curto prazo ou mesmo em médio. Referimo-nos à exploração ao bolso do visitante e à má prestação de serviços em alguns hotéis, restaurantes, mercado central, centro de turismo, barracas de praia, clubes sociais, locais de diversão pública, shoppings, táxis, transportes coletivos, comércio, de modo geral, para ficarmos nesses dois espinhos, que, ainda, ferem os brios do turismo alencarino. 
Jamais nos consolará saber que não é exclusividade do Ceará explorar o turista, exorbitar-se na cobrança de produtos e serviços. A exploração ocorre na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Brasília e em outros Estados da Federação. Ah! Mão de obra não qualificada abunda, também, por esse país afora, inclusive nas metrópoles do Centro-Sul e Sul. Para sanar esses males, necessário se faz criar mais campanhas publicitárias, de cunho educativo, para se ter uma cidade limpa, sem poluição sonora, monumentos históricos, em bom estado de conservação, ruas e avenidas sem buracos, corredores turísticos bem sinalizados vertical e horizontalmente. Enfim, um polo turístico que encha de orgulho os filhos da terra e aqueles que nos visitam.
Na alta temporada, ouvimos elogios à capital cearense, mas também algumas reclamações de turistas, sobretudo concernentes à péssima limpeza pública, ruas e avenidas esburacadas, lixo ao longo das coxias, monumentos mal zelados, praias sujas, crianças pedindo esmolas, em recintos públicos, quantidade enorme de “flanelinhas”, nos cruzamentos de ruas e avenidas, nos estacionamentos de alguns supermercados, muitos dormindo ao relento. E agora, perguntamos: somente, no Ceará, é que há esses senões? Claro que não. Mas, a proliferação desses males, em outros Estados da Federação, jamais deverá justificar a permanência e muito menos o crescimento deles em nosso meio.
Acreditamos que, um dia, seremos referência nacional pelo ótimo atendimento ao turista, por não o explorarmos, pecuniariamente, por zelarmos pelo patrimônio público, por não enfearmos a cidade com pichações, nos muros, nas frentes das casas, nos estabelecimentos comerciais, nas igrejas e praças. Ademais, almejamos um polo receptor que, a cada ano, atraia maior número de turistas, deixando-os satisfeitos e – o melhor – fazendo propaganda, boca a boca, daquilo que viram, desfrutaram e aprenderam numa terra de gente hospitaleira e que deve ter somente um compromisso: tratar bem o turista.

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