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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

CRUZEIRO FRANCISCANO DE ITU - TECNOLOGIA ÓTICA 3D NA RESTAURAÇÃO DO MONUMENTO

Scaneamento do monumento
Notícia alvissareira para o patrimônio histórico da Estância Turística de Itu, distante apenas 100 km de São Paulo: o Cruzeiro de São Francisco, monumento de autoria de Joaquim Pinto de Oliveira, o Mestre Canteiro Thebas, será restaurado com tecnologia a laser depois do levantamento ótico 3D que acaba de ser realizado através de uma parceria da Prefeitura com a VTech Consulting, empresa especializada no ramo.
 Construído em janeiro de 1795, a obra fazia parte do grandioso complexo das edificações da Igreja São Luis de Tolosa, do Convento e da Igreja de São Francisco da Ordem Terceira, erguido pela Ordem Franciscana entre os séculos XVII e XVIII. 
Pela primeira vez no Brasil foi utilizada a tecnologia a laser no levantamento dimensional de monumentos em espaços públicos. Como os métodos tradicionais se restringem ao dimensionamento topográfico, bastante limitados em seus resultados, está parceria possibilitará a obtenção de um resultado final com um nível de precisão nos detalhes imensamente superior. Essa estratégia permitirá que os dados levantados sirvam de base para a identificação dos pontos de intervenção de restauro neste importante patrimônio ituano.
O modelo obtido será usado imediatamente para duas importantes etapas do projeto de restauro: a primeira, através de parceria com o Instituto de Pesquisa e Tecnologia do Estado de São Paulo, na realização do diagnóstico geológico e geofísico do Cruzeiro de São Francisco; e a segunda, na elaboração do mapa de danos e avarias, peça fundamental para subsidiar as propostas de intervenções futuras no monumento.
O CRUZEIRO - O Cruzeiro Franciscano de Itu se destaca como um monumento raro e único no panorama nacional. É comparável apenas aos cruzeiros monumentais do ciclo do açúcar, no nordeste, hoje existentes na igreja de São Francisco, em João Pessoa, na Paraíba, e no Convento de Nossa Senhora das Neves, em Olinda,  em Pernambuco, ambos tombados em sítios reconhecidos como Patrimônio Mundial pela Unesco. 
O monumento ituano desempenha importante papel junto à rede de atrativos turísticos referente à história urbana da cidade. Tombado, desde 2004, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo,  integra o Centro Histórico e pertence à área de entorno e registro do Iphan. Provavelmente, é o único exemplar no mundo trabalhado em rochas de arenito e varvito, uma verdadeira obra de arte a céu aberto.
Localizado na Praça Dom Pedro I, ao lado do Espaço São Luis, o Cruzeiro erguido em cantaria trabalho atribuído a Frei Antônio de Pádua, é a única memória que resta do imponente conjunto formado pelas edificações da Igreja São Luis de Tolosa, do Convento e da Igreja de São Francisco da Ordem Terceira, erguido pela Ordem Franciscana entre os séculos XVII e XVIII.
A obra é reflexo do cenário em Itu, no quarto final do século XVIII, muito favorável ao desenvolvimento das artes. A riqueza proporcionada pela produção açucareira tornava a Vila de Nossa Senhora da Candelária o epicentro de uma economia em pleno desenvolvimento, propiciando iniciativas de cunho religioso-cultural que a colocava em pé de igualdade com a Capital da Capitania.

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