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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

DESRESPEITO A EUCLIDES, À FAMÍLIA E AOS CEARENSES

O artigo desta semana versa, em nossa modesta opinião, ao desrespeito da Fraport, empresa alemã, que está  transformando  o aeroporto da “Loira Desposada do Sol” (Fortaleza) em um dos modernos e funcionais do Nordeste, pelo fato de retirar o nome do imortal piloto Euclides Pinto Martins da sua fachada. Um absurdo, mesmo que o secretário do Turismo do Ceará (Setur), Arialdo Pinho, a quem considero uma das cabeças-pensante, no Turismo do Estado, tenha dito ser besteira e coisa de quem não tem o que fazer, preocupando-se com o fato retrocitado.
Não somos o único a protestar contra esta aberração, (o radialista Tom Barros, da Rádio Verdes Mares-AM 810 e o confrade abrajetiano, Vicente Alencar), manifestaram-se contrários à petulância supracitada), praticada por uma construtora internacional, que menospreza, assim, uma personalidade cearense, nascida na cidade de Camocim-CE, o qual, ainda jovem, e em fins de 1922, foi escolhido como parte da tripulação do avião Curtis H-16, fretado pelo jornal "The New York World", que patrocinava a tentativa de uma viagem aérea pioneira entre as Américas do Norte e do Sul. 
Segundo consta em livros, a viagem começou, em Nova Iorque, em novembro de 1922, e terminou no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1923, após terem sido cobertos os 5.678 quilômetros do percurso com 100 horas de voo a cada instante, interrompidos pelos mais variados problemas, ocorrendo o primeiro pouso, em águas brasileiras, no dia 17 de novembro de 1922, quando Euclides Pinto Martins e seus colegas americanos aterrissaram na foz do rio Cunani. 
De acordo com o transcrito no Wikipédia, essa e outras aventuras tornaram a viagem Nova Iorque - Rio de Janeiro uma terrível aventura de obstáculos, só superados pela coragem dos tripulantes. Martins foi recebido pelo presidente Artur Bernardes e recebeu um prêmio de 200 contos de réis. Viajou à Europa, voltou ao Rio e iniciou negociações para explorar petróleo. 
Ainda baseado em livros, lemos que, em 1952, atendendo às aspirações dos seus conterrâneos, o presidente Café Filho  sancionou uma Lei, no Congresso, oficializando o nome de Pinto Martins para o aeroporto da capital cearense. Está escrito, no Wikipédia, ser uma ação de justiça, porém  pequena, para o homem dinâmico que, na década de 1920, soube antever a importância econômica da ligação aérea regular, entre os Estados Unidos e o Brasil, e que teve coragem de investir na exploração de petróleo, no Brasil, quando isso era apontado, por todos, como uma loucura. A verdade é que a população de Camocim, sua terra- natal, considera-o um herói por seu ato de coragem e pioneirismo.
Bem! Ante o exposto, perguntamos: será que alguma construtora cearense teria a ousadia de chegar a Frankfurt e mudar o nome do aeroporto internacional dessa linda cidade? Será que os baianos, os cariocas e os paulistas permitiriam que construtoras, quer brasileiras, quer internacionais, mudassem os nomes dos seus aeroportos? Claro que não, prezado (a) leitor (a). 
Agora, vem a interrogação: por que o Governador do Ceará, Camilo Santana, o secretário estadual de Turismo e representantes de organizações públicas e privadas do Turismo Cearense ficam omissos, no tocante à mudança da denominação de nosso aeroporto internacional, que deve ser sempre Aeroporto Internacional Pinto Martins e não como a Fraport impôs pelo simples fato de ser a responsável pela ampliação e modernização do nosso aeródromo? Ainda bem que não retiraram o busto do inesquecível Pinto Martins, o que seria um desrespeito maior e muita ousadia.
Por último, reforçamos nosso ponto de vista e apelamos para que o trade turístico cearense pressione o Governo do Estado, para que o nome do piloto Euclides Pinto Martins seja mantido (com destaque) na fachada do aeroporto internacional Pinto Martins. Vamos, pois, posicionarmos contrários à retirada do nome de Pinto Martins, prezados e atuantes presidentes da Abav-Ceará, do Visite-Ceará, da ABIH-Ceará, da Abrajet-Ceará, da Câmara Setorial da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Eventos e Turismo, da ABEOC-CE, dos Skals Nacional e de Fortaleza e de outras entidades desse segmento socioeconômico e cultural do Ceará, que vem deslanchado Brasil afora e alguns países.
Agora, para que alguém não venha a proferir que jornalistas de turismo devem ater-se somente a divulgar eventos e atrativos turísticos, citamos o que, há muitos anos, afirmou o fundador da 1ª Escola de Comunicação (Jornalismo), de nível superior, nos Estados Unidos, Joseph Pultizer: “O Jornalismo não foi criado para adocicar a realidade dos fatos”.  E acrescentamos que Jornalista não pode, nem deve ser omisso.  Ao bom entendedor, meia palavra basta. Excelente fim de semana e obrigado pela leitura.

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