Um grupo de empresários e técnicos chineses esteve em Salvador, Bahia, liderados pelo Presidente da empresa Sichuan Road Bridge Group, com o objetivo de dialogar com o Governo do Estado sobre a futura construção da ponte que ligará a capital baiana à Ilha de Itaparica. Referência na construção de pontes, a empresa já havia promovido contatos com setores do Governo, tendo agora, ao vivo, buscado conhecer o detalhamento do projeto.
Antes, as gigantes chinesas da infraestrutura China Comunications Construction Company (CCCC) e a China Railway 20 Bureau Group (CR20) demonstraram, igualmente, estar juntas na concorrência para a construção e operação da ponte, projeto de parceria público-privada com o Governo da Bahia que está orçado em R$5.3 bilhões.
O projeto apresenta um traçado de 12.4 km, incluindo, no entanto, os acessos viários em Salvador, com extensão de 4.6 km, além de uma nova rodovia expressa a ser construída nos Municípios de Vera Cruz e Itaparica, na ilha, com extensão de 21.41 km, como também da recuperação e ampliação de trecho da rodovia BA-001.
O projeto bilionário começou a ser idealizado desde 1960, com início somente em 2010, esperando-se que a licitação aconteça ainda este ano. Na verdade, são inúmeras as empresas chinesas interessadas nessa proposição do Governo baiano, mas, da parte deste, há interesse no sentido de que seja evitada uma competição entre as empresas daquele país.
Com respeito à CCCC, já é conhecida no Brasil, sobretudo porque adquiriu a companhia de engenharia Concremat, sendo controladora de um porto privado multicargas em construção em São Luís do Maranhão. No caso da CR20, constitui uma das maiores construtoras de pontes, rodovias, ferrovias e túneis do mundo.
A parceria público privada para a construção e operação da Ponte Salvador-Itaparica prevê, de começo, uma disponibilidade de R$1.2 bilhão do Governo baiano, que será considerado em duas parcelas: a primeira delas de R$600 milhões a ser proporcionado no quarto ano da construção, enquanto os restantes R$540 milhões serão destinados no quinto ano.
A importância econômico e social é que a ponte deverá proporcionar a ligação entre 250 municípios baianos que, por consequência, ficarão bem mais próximos de Salvador, com a economia da extensão de, pelo menos, 100 quilômetros. O vencedor da concorrência pública deverá adquirir o direito de exploração da ponte por exatos 35 anos.
No entanto, para que se possa habilitar a concorrer ao direito de construir e explorar a tão esperada ponte, os concorrentes terão de comprovar experiência em construção de ponte numa extensão mínima de 3.6 km, com largura de nada menos do que 15 metros, além de vão estaiado de, pelo menos, 135 metros de comprimento livre entre os apoios, bem assim que leve a altura de 40 metros entre a estrutura da própria ponte, no meio da extensão do vão central, e a lâmina d'agua, ou seja, as águas do próprio oceano, na Baía de Todos os Santos.
Audiências públicas já foram realizadas no sentido de que o projeto da parceria púbico privada, PPP, exaurisse a discussão sobe a sua importância e viabilidade. É que, em verdade, a tão esperada ponte por tantos não constitui uma unanimidade de aprovação. No entanto, a grande maioria da população baiana aguarda com ansiedade a sua construção, incluindo sobretudo os moradores da Ilha de Itaparica e municípios em torno, bem assim a população de Salvador.
É que, em verdade, a implantação da ponte constituirá num fator material que proporcionará uma total integração entre a capital baiana e a Ilha de Itaparica, ao que se aliam os tantos municípios das regiões do Baixo Sul, Recôncavo e Oeste. Os argumentos dos que se opõem concentram-se, sobretudo, na alegação de que Itaparica, cidade tombada, inclusive, poderá ser alvo, de imediato, de total desfiguração, tendo em vista que, por consequência, será destino de uma possível “invasão” maciça de novos moradores, o que lhe poderá agigantar, em detrimento das suas atuais e tão decantadas características. A par disto, estão os argumentos contrários de que as tantas vantagens, sobretudo econômicas, para todo o Estado, justificam o esforço.
Ao lado de toda a extensão da ponte, em sí, o projeto aponta para a inclusão de acessos à mesma tanto em Salvador quanto em Vera Cruz e Itaparica, compreendendo, ainda, a construção de um novo trecho de 9.3km na BA-001, o qual deverá compor o contorno da zona urbana de Vera Cruz.
Da mesma sorte como é parte integrante do projeto o trecho da BA-001 situado entre a interseção do novo contorno e a Ponte do Funil. Esta deverá merecer duplicação, igualmente mantida e operada pela concessionária vencedora da licitação.
O Governo do Estado, inclusive, abriu a possiblidade para que a população baiana proporcionasse contribuições ao projeto, concernentes à construção e operação da ponte, com o propósito de que fossem recolhidas informações destinadas a subsidiar a elaboração final do edital de concorrência, como também a minuta do contrato e todos os outros documentos que integram o sistema.
Já foi publicado, inclusive, o aviso de licitação para a construção. Todo o detalhamento do projeto já é conhecido pelas empresas Acciona (Espanha), China Communications Construction Company (CCCC) e Concremat (China), CREC (China), Hydros Engenharia (Brasil), Salini Impregilo (Itália), OAS (Brasil) e Vinci (França). Desde 23 deste mês o edital de concorrência e seus anexos poderão ser acessados no site da Secretaria Estadual de Infraestrutura (www.infraestrutura.ba.gov.br). Até o final de novembro será procedido o leilão na Bolsa de Valores de São Paulo.
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