Porto Alegre ostenta o título de capital brasileira da cerveja artesanal, com 35 micro cervejarias regularmente credenciadas. A vocação deu à bebida papel de protagonista de um novo roteiro turístico local, ainda em fase de testes, mas já aprovado pelo casal Andressa Schuch e Diego Parma, fãs das cervejas especiais. Eles participaram, no último sábado, 26, do terceiro dia da programação do Porto Cervejeiro, evento que oferece atividades e experiências inéditas de experimentação da bebida em nove cervejarias artesanais e micro cervejarias. A iniciativa faz parte da carteira de projetos do Pacto Alegre, movimento multisetorial que visa a transformar a cidade em polo de inovação de alto impacto e referência em qualidade de vida.
Fazer cerveja é um bom negócio especialmente por combinar tão bem com churrasco, um dos melhores representantes da identidade gaúcha e símbolo central do turismo no Estado. De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Eduardo Cidade, a partir dessa experiência para criar uma rota cervejeira, haverá condições de avaliar, junto com os empreendedores, o que é necessário fazer para ampliar a visibilidade dessa vocação turística de Porto Alegre.
O movimento para qualificar a cerveja como atrativo turístico também é considerado positivo pelo setor privado. De acordo com Ana Barretto, gerente do Porto Alegre & Região Metropolitana Convention & Visitors Bureaux, entidade que cuida da promoção turística do município, a iniciativa do Porto Cervejeiro também é uma forma de as cervejarias desenvolverem estratégias para vender o seu produto.
Para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a criação do roteiro deve impulsionar o mercado de viagens em Porto Alegre.
No penúltimo fim de semana do Porto Cervejeiro, o coordenador do Pacto Alegre, Luís Carlos da Silva Filho, avalia que o roteiro já deu uma importante amostra do seu potencial para a cidade.
O Porto Cervejeiro tem seu último dia de programação amanhã, 2 de novembro, das 11h às 17h. As experiências oferecidas vão de R$ 20 a R$ 80, e incluem visitas às fábricas, jogos, degustação às cegas, exercícios de harmonização. Também ensina segredos de quem produz cervejas como se fosse produto de boutique. Participam nove empreendimentos: Babel Cervejaria, DNA Beer, 4Beer – Cerveja e Cultura, Hatha Beer, Al Capone Cervejaria Artesanal, Irmãos Ferraro Microcervejaria, Cervejaria Porto Alegrense, Cervejaria Seasons e Cervejaria Staunen Bier.
O projeto faz parte do Pacto Alegre, que reúne universidades, governo, setor privado e entidades não-governamentais em torno de uma agenda estratégica de desenvolvimento da cidade e melhoria da qualidade de vida a partir da inovação. A ação conta também com os seguintes impulsionadores: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Associação Gaúcha de Microcervejarias, 4all, POA Inquieta, Famecos/PUCRS e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
MERCADO - O Rio Grande do Sul é o estado com mais cervejarias do país (186), seguido por São Paulo (165) e Minas Gerais (115), de acordo com levantamento do Ministério da Agricultura. Santa Catarina, mesmo com a maior Oktoberfest fora da Alemanha, em Blumenau, fica na quarta posição, com 105. Os números justificam o gosto dos sulistas pela bebida: a região Sul registra consumo superior a oito litros por pessoa ao mês, média maior do que a marca nacional (5,6 litros). Mas apenas 1% de toda a cerveja consumida no Brasil é artesanal, segundo a Associação Brasileira de Cervejas Artesanais (Abracerva). O mercado segue crescendo: a cada dois dias, uma nova cervejaria é aberta no país. O setor cervejeiro brasileiro, terceiro maior do mundo, é responsável por 2,7 milhões de empregos e tem um faturamento da ordem de R$ 100 bilhões.
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