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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

SALVADOR CONTINUA INVESTINDO NA CULTURA E TURISMO

Historicamente, os grandes compositores brasileiros sempre reconheceram o que foi consagrado por Vinícius de Morais, que “... o samba nasceu lá na Bahia...”. Indiscutivelmente, a Bahia é um celeiro das mais expressivas expressões culturais, muito especialmente na música. Pois, ao lado do samba está o “samba-de-roda” de Santo Amaro da Purificação.
Fiel às suas origens, como berço da cultura nacional, a Bahia marca em vários setores desse segmento com presença extremamente expressiva. Mas a música é, em especial, uma das suas maiores inspirações. Tanto assim que foi da Bahia que saiu a mais vigorosa semente geradora para a manifestação de um dos momentos mais consagradores da musicalidade do país, que foi a “Bossa Nova”.
João Gilberto, que Juazeiro nos legou, plantou os primeiros acordes de uma batida rigorosamente inovadora, para consumar um dos momentos mais inspirados da musicalidade brasileira, a “Bossa Nova”.
Mas, a inspiração baiana não se acomodou ali. Teria que se manifestar a partir da mesma Santo Amaro para, através de Caetano Veloso e Maria Betânia, que se aliaram à sonoridade extrema de Gilberto Gil e e Gal Costa, para gerar um outro momento da maior expressão, a TROPICÁLIA.
A extrema popularidade da manifestação musical baiana ainda teria sequência em outros dois momentos, fazendo o povão aderir à sonoridade do AXÉ, a que se seguiu a curiosa ginga do ARROCHA.
Estas considerações são justificadas pela notícia de que o Prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, decidiu dar aproveitamento a um dos seis imóveis desapropriados judicialmente, com a instalação do que deverá vir a ser o Museu da Música Brasileira. 
É que, para tal, está já iniciando a recuperação de um dos imóveis mais tradicionais de Salvador, o Casarão dos Azulejos Azuis, localizado na Praça Cayru - bem em frente ao Mercado Modelo - bairro do Comércio, cuja reforma acaba de ser autorizada pelo “alcaide” soteropolitano. 
Originalmente construído no século XIX, tendo como seu proprietário o comendador Antônio Dos Santos Coelho, posteriormente chegou a se destinar ao abrigo de repartição pública, de escola, até desaguar na instalação de um supermercado do extinto grupo Paes Mendonça.
É um prédio que se destaca, realmente, pela beleza agressiva da sua fachada, toda em azulejos azuis provindos de Portugal, à época, que, por sinal, terá a sua fachada completamente restaurada na sua origem, o que deverá ocorrer no prazo de um ano, conforme Ordem de Serviço já emitida pelo Prefeito.
Com a intenção de que ali venha a funcionar mais um importantíssimo espaço cultural da capital baiana, o que está sendo festejado pela comunidade turística. O seu interior, no entanto, somente será definido  depois que especialistas do CAF – Corporação Andina de Fomento concluírem os seus estudos com vistas àquela intenção.
No entanto, o CAF, através do Programa de Requalificação da Área Urbana de Salvador, já destinou investimento da ordem de R$7.8 milhões, que serão empregados, inicialmente, na revitalização da fachada do prédio.
A intenção de iniciar os trabalhos de recuperação do prédio pela sua fachada verifica-se com o objetivo de não atrasar as obras. Porquanto, assim que o projeto definitivo for conhecido, as obras do interior terão começo. O casarão dispõe de cerca de 1.914,76 m² de área construída, em quatro pisos: térreo e mais três pavimentos. Ao lado dos trabalhos na fachada, serão realizados cuidados com a recuperação dos detalhes em massa e a implantação de elevador e de sistema de ar condicionado.
Além disto, o padrão original que se destaca através de telha colonial terá assegurada, também, a sua preservação. Tanto quanto a escada principal que é toda revestida em piso de madeira. O prédio, por sinal, está tombado há nada menos do que 50 anos, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O que objetiva a Prefeitura é a valorização do passado histórico da cidade através da projeção do seu crescimento econômico, que tem origem, em verdade, no forte investimento financeiro através da atividade do turismo. Assim é que a autêntica transformação por que a cidade vem sendo objeto pode listar outras tantas iniciativas da maior valia para o seu enriquecimento urbano. É o caso das obras já entregues na parte alta da cidade, como no Terreiro de Jesus e no Quarteirão das Artes, na Barroquinha – Centro Histórico – ao lado daquelas outras já em andamento com as intervenções na revitalização da Avenida Sete de Setembro, da Praça Castro Alves, como também dos tradicionais Arcos da Ladeira da Montanha, das Muralhas do Frontispício da Cidade, além do Elevador do Taboão.
O futuro “Museu da Música Brasileira” vem se aliar a tantos outros, como o “Museu de Carnaval”, já implantados na cidade, com enriquecimento ainda maior do seu setor turístico-cultural.
Mais uma iniciativa da Prefeitura é a recente decisão, através da Secretaria da Cultura e Turismo, em recuperar o prédio, também tombado, na mesma Praça Cayru e diante da Casa dos Azulejos. Nele, será instalada a Casa da História e do Arquivo Público de Salvador. Ao lado do restauro do antigo casarão, será, igualmente, construído um edifício de onze andares em dois terrenos anexos, que abrigará o Arquivo Público. Orçada em R$27.4 milhões, terá financiamento do Banco Panamericano de Desenvolvimento – BID

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