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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

MAIS MÉDICOS

Nestes tempos brasileiros de o povo ir às ruas, enfrentar autoridades e externar sua revolta contra abusos descarados, o assunto da vez é o projeto “Mais Médicos”, com o qual o Governo Federal pretende enfrentar a situação de milhões de conterrâneos em relação à saúde, à básica como foco principal. Abstraindo a ideia de que o propósito da medida possa ser eleitoreira, ideológica ou o que seja,  de bom senso ninguém pode negar que o objetivo é nobre, sobretudo necessário. Sobrepondo-se até os também eternos problemas de educação e segurança, estava tardando não ser enfrentada e equacionada a situação extremamente vexatória em relação à saúde na quase totalidade dos 5.570  de municípios do Pais. Agravada pela falta de saneamento básico, as doenças proliferam e matam,  não apenas nos guetos em que vivem milhões de infortunados. A endemia não é regional e sim geral. Some-se o fato de saúde só ser prioridade nas propagandas, principalmente em épocas de eleição. Num quadro como o que vivemos, portanto, o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Saúde , age bem. Os protestos veementes das classes médicas do país, pelo que temos lido, não são contra a vinda de médicos estrangeiros e sim pelo fato de os mesmos não se submeterem, como  é regra geral em todos os países, à prova de revalidação dos seus diplomas; que deveriam ser submetidos às leis trabalhistas brasileiras, o que não é o caso dos oriundos de Cuba. Também argumentam os esculápios brasileiros que, a rigor, não faltam médicos para trabalhar onde quer que seja. Dizem eles, e é verdade,  que a regra geral é   hospitais e postos de saúde espalhados Brasil à fora, nos mais pobres municípios dos Estados,  na Amazônia e no Nordeste,  não oferecerem condições, às vezes mínimas, para que o profissional de saúde exerça com êxito sua profissão.  Adiantam  que os  formados em medicina não são pagos com justo valor nem têm um plano de cargos e salários adequados à classe quando trabalham para o poder público. Os argumentos são incontestáveis,  mas o confronto muitas vezes fora das boas regras de civilidade não leva a nada. Os médicos estrangeiros que chegaram e estão chegando de modo algum  merecem nem devem ser hostilizados, muitas vezes de maneira xenofóbica. Eles não têm culpa de nada. Vêm para ganhar honestamente dinheiro, exercendo dignamente a profissão em locais carentes e até inóspitos. O mais adequado  é que os ânimos se acalmem, que se converse para  chegar a bom termo. O “Mais Médico” há muito deveria estar favorecendo à imensa população brasileira.  Mas antes de implantá-lo, oportuno teria sido  um diálogo em alto nível com a classe médica do Brasil. Mesmo tarde, o Governo Federal só se engrandeceria se assim procedesse.

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