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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

CALEIDOSCÓPIO - NOTA ZERO NA REDAÇÃO

NOTA ZERO NA REDAÇÃO
Para nós, foi com muito desalento que lemos a notícia de que, no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)., nada menos do que 529.373 candidatos tiraram a nota zero na prova de  redação, entre os 6.193.565 inscritos.  "Publicidade infantil em questão no Brasil" foi o tema a ser discorrido, para avaliação de “cinco competências: domínio da norma padrão da língua escrita; compreensão da proposta de redação; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação; elaboração de proposta de intervenção para o problema abordado, respeitados os direitos humanos”. No ano passado, também, o resultado da prova de redação foi mais ou menos idêntico. O fato nos leva a pensar a respeito de como vem sendo conduzido o ensino da Língua Portuguesa no Brasil, nestes tempos modernos em que tudo evoluiu. Sabe-se que os professores são altamente especializados, dispõem das mais modernas técnicas de ensino. Depois que saem das faculdades,  estão aptos a levar seus alunos a ler, escrever e pensar bem, dominar as normas da Língua Mãe. Então, por que tanto zero na prova de redação? A Internet,  as novas invenções tecnológicas estão interferindo? O que fazer para superar o problema e não haver  tanto “analfabeto funcional”. Nos  tempos em que fomos estudante – uns sessenta anos atrás, talvez -  a velha escola possuía os cursos primário, ginasial, científico e clássico. Antes de ingressar nos grupos escolares ou colégios, as crianças estudavam com professorinhas a fim de  aprender o ABC, a divisão silábica e a formação de sentenças. Nos quatro anos do  curso primário, as aulas eram de leitura, interpretação de textos, gramática (conjugação de verbos, noções de concordância, regencia e colocação). Os professores insistiam na leitura, na interpretação de textos, na significação dos vocábulos,  nos ditados e nas descrições, normalmente baseadas em estampas apresentadas.  Após  vencer o temido Exame de Admissão, ingressava no curso ginasial para aperfeiçoar o que aprendera no curso primário. Terminada esta etapa, ingressava ou no curso científico ou no clássico. Após três anos, estava habilitado a fazer o Vestibular para ingressar numa carreira de ensino superior. Não havia os célebres cursinhos preparatórios. O aluno enfrentava o exame com os conhecimentos já obtidos na escola regular.  Aliás, “duvi dê ó dó” se  qualquer menino daquele  tampo, depois de completar o curso primário, não soubesse compreender um texto ou escrever uma carta. Mas os tempos agora são outros. O mundo evoluiu e como evoluiu. Por isto mesmo, a cobrança de que os atuais mentores do ensino do Brasil se debrucem para detectar o por que de  tanto zero nas provas de redação do Enem. Certamente, se o problema não for contornado urgentemente, como confiar num médico, advogado, engenheiro ou qualquer outro formado que é pouco versado na nossa língua pátria ? Será que esse “doutor” interpretou corretamente o que foi ensinado na sua área de conhecimento?

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