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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

CAMINHOS DO MACIÇO - GASTRONOMIA E CAFÉ SÃO DESTAQUES NO ROTEIRO SERRANO

Já pensou em tomar um café da tarde servido em louças de porcelana inglesa, toalhas de renda e guardanapos de linho bordados? Ou almoçar à beira de um fogão à lenha, em mesas rústicas de madeira, à moda das antigas fazendas? Ou, ainda, degustar pequenos pastéis crocantes ao molho do mais legítimo mel da Serra de Baturité? Pois estes são alguns dos pratos que integram o cardápio de quem se aventura pelo roteiro “Caminhos do Maciço”, a mais nova rota cearense a investir no turismo de experiência, uma modalidade que leva o visitante a se aprofundar nos costumes locais e que alia experiências históricas, culturais e gastronômicas a atividades específicas de cada município.
Projeto pensado para divulgar o potencial turístico local integrado à produção agrícola da Região, o objetivo é reorganizar espaços empresariais, focos econômicos e, principalmente, construir ferramentas de atendimento estratégico para a inclusão social e sustentabilidade da Serra, o “Caminhos do Maciço” pode levar você a propriedades seculares, que conservam a estrutura dos tempos áureos da cultura cafeeira desta parte do Ceará.
ATRAÇÕES DIFERENTES - É o caso da família Holanda, instalada no casarão construído em estilo clássico, que guarda móveis e utensílios da época e que preserva toda a história da nona geração da família. Lá, um café da tarde espera os visitantes, com bolos, arroz doce, pães caseiros e o famoso café, em meio à simpatia de todos os membros da família, que têm, com os visitantes, aquele carinho de quem adora receber. A hospitalidade é um traço familiar tão forte que os Holanda estão se organizando para, a partir de 2019, começar a receber os visitantes para eventos pontuais e espaços para atividades infantis.
Na pousada La Dolce Vita (foto), no município de Mulungu, o foco do restaurante, além dos pratos à la carte que transitam bem pela herança italiana e a tradição da Serra, pode-se degustar batidas com frutas locais, com destaque para a mais exótica delas: a de café. Tudo isso num cenário bucólico a uma temperatura que chega, em algumas épocas, a variar entre 15 e 22 graus.
Para quem quer outras opções, uma dica é o hotel e restaurante Aketaton, mais conhecido como “O Alemão”, instalado em Mulungu, é referência em cozinha internacional, com pratos como joelho de porco, salsichões e peixes e um café da manhã que foca no tradicional e regional, com uma variedade de frutas, pães, bolos e bebidas, em meio a uma ampla estrutura que valoriza o que a Serra de Baturité tem como marca: a beleza das paisagens e a forma única de receber e tratar o visitante.
A PRODUÇÃO –Desde a água das fontes ao café e da nossa produção agrícola, a região elabora sabores diferenciados que agregam valor à gastronomia e a visitação. Café também é o atrativo gastronômico especial do Sítio São Roque em Mulungu, desde 1913 uma referência no cultivo do café arábica sombreado, que brota em meio aos resquícios de Mata Atlântica. 
No Sítio Águas Finas em Guaramiranga, desde 1939 pertencente à família Uchôa, a grande estrela é o Café Guará que, através dos tempos, vem aprimorando grãos e formas de beneficiamento, conferindo qualidade à marca. O cafezal, que avança terra adentro debaixo das ingazeiras e da mata preservada, convida a passear no ritmo da serra. Aqui, a degustação de frutas locais e do antigo café Guará – hoje Café Uchôa – rivaliza com receitas inspiradas como a que mistura banana e café num bolo irresistível.
EM TORNO DO FOGÃO À LENHA - Construída em 1858, a Casa do Sítio São Luís em Pacoti é outra herança visível dos tempos áureos do café na Serra de Baturité. A arquitetura imponente convida o visitante a viajar no tempo e a percorrer os ambientes repletos de histórias, contextualizadas na tradição do cultivo do café nos cenários regional e nacional.
Na sede da fazenda, a cozinha é um destaque: fogão à lenha, tacho de cobre, panelas de barro, chaleira fumegante... e o cheiro das deliciosas receitas de família como o bolo de café, pães e geleias. E tem mais: o sorvete servido com bananas assadas ao mel da serra, o creme de abóbora feito com queijo coalho e coco e a galinha caipira que sai direto para a mesa.
Os municípios da Rota do Café: Baturité, Guaramiranga, Mulungu e Pacoti conversam entre si trazendo o café como um diferencial temático do destino que abre infinitas outras possibilidades de atração entre o Caminhos do Maciço.
Falar da Gastronomia e café serrana é integrar tudo isso: cafés, cerveja, cogumelos, frutas e legumes com o cheiro da horta, que é o caso da produção de Aratuba.

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