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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

HENRICÃO, UM REMANESCENTE DOS ÁUREOS TEMPOS.

Todos sabem que sou torcedor inquestionável e fiel do fantástico Esporte Clube Bahia. O que muitos não conhecem é o meu passado de vinte anos exercendo a crítica esportiva no, então, Diário de Notícias, e no Estado da Bahia (matutino e vespertino), ambos órgãos dos “Diários e Emissoras Associados”. Por conta disto, vivenciei de perto a trajetória do querido tricolor.
A par disto, sou biógrafo do próprio Bahia, com três livros editados: “Bahia de Todos os Títulos”,” Futebol Paixão e Catimba” e Atualização da Trajetória Tricolor.
Estou, pois, vibrando com a reportagem inserida na edição do “Correio da Bahia”, que relata um pouco da história de um dos maiores ídolos do “esquadrão de aço”: Henricão. Henrique Alves é, sem a menor dúvida, uma das mais expressivas legendas que contribuiu de forma decisiva para um currículo fantástico dessa agremiação brasileira.
Senão vejamos: em janeiro de 1957 foi trazido para o tricolor baiano pelo competente e saudoso técnico Lourival Lorenzi. Integrou o plantel do Bahia por seguidos 10 anos, durante todos os quais foi titular absoluto da zaga imbatível, de então. 
Henricão guarda com muito carinho em seu currículo façanhas inigualáveis, pois foi, por exemplo, um dos protagonistas do feito mais do que espetacular da conquista do primeiro título de campeão nacional acontecido no futebol brasileiro (I Taça Brasil). Esteve presente em todos os jogos daquele certame, sobretudo dos três últimos contra o Santos, em 1958/1959, nas vitórias de Vila Belmiro, em Santos – derrotado na Fonte Nova – e no espetacular e consagrador triunfo do Maracanã.
Ele próprio evidencia que a conquista invejável do Bahia não aconteceu em disputa final contra um time qualquer. Mas sim, enfrentando o poderosíssimo Santos, à epoca do Rei Pelé (que participou das finais), mas não somente ele, como também os cracaços Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe.
“Gigante de Ébano”, apelido que lhe foi atribuído pelo saudoso companheiro Carlos Lima, amealha tantas outras conquistas num cartel realmente invejável. Senão, vejamos: Campeão Brasileiro em 1959, vice-campeão brasileiro em 1961 e 1962, campeão do Norte/Nordeste em 1959, 1961 e 1963, penta-campeão baiano em 1958/1959/1960/1961/1962, além das diversas e expressivas jornadas que cumpriu no Brasil e no exterior, a exemplo da Europa, África, América do Sul e Estados Unidos.
Ao lado dessa “covardia” de campanha, integrou o esquadrão nos 51 jogos que constituiu a série invicta do Bahia, no período de 21 de janeiro a 4 de novembro de 1962. Era técnico tricolor outro “monstro sagrado” do futebol pátrio, João Paulo Oliveira, o consagrado Pinguela.
Alia a todo esse acêrvo brilhante a disputa da Taça Libertadores da Améerica de 1960 e 1964, além do Torneio Internacional de Nova York, em 1964, bem assim de todos os jogos da seleção baiana no campeonato brasileiro de seleções, da época, como absoluto titular.
Foram, ao todo, constitutivos da fantástica coleção de nada menos do que 405 jogos que disputou naqueles 10 anos de Bahia, entre 1957 e 1967. Isto como titular absoluto, quando revelou uma muito especial característica, sobretudo em comparação ao futebol de hoje: apesar do seu porte físico muito avantajado, nunca utilizou da fôrça para vencer os adversários. 
Henricão formou zaga com alguns dos mais destacados atletas da época, alguns até considerados como absolutas legendas do esporte nacional, como Juvenal Amarijo (o Juva da Copa). Além dele, Bacamarte, Pinheiro (ex-Fluminense carioca), Russo, Gonzaga, Ivan, Pepeu, Hilton, Tiago e Dario, até o então jovem Roberto Rebouças.
Mas, com quem mais se entendeu dentro das quatro linhas foi com Vicente Arenaria Filho, com o qual praticamente “jogava por música”. Disciplinado, foi um adversário extremamente leal para com os atletas que combatia. Por cuja razão era muito difícil se machucar.
Mas, uma bela qualidade que lhe acompanha ainda hoje é de ser inveterado torcedor do Esporte Clube Bahia. Persegue ainda hoje toda a trajetória do seu clube do coração. O que comprova o fato de que, em 2005, depois de 38 anos de ter deixado as fileiras da agremiação, retornou a Salvador e visitou o antigo Fazendão, quando chegou a chorar pelo rebaixamento à segunda divisão do seu querido tricolor.
Carioca de Cachambi, Zona Norte do Rio, hoje residindo na Pavuna, mesma Zona Norte, Henrique Alves não se descura no cuidado que tem com a sua vastíssima e valiosa coleção de troféus, medalhas, faixas, camisas, flâmulas e fotografias. No que é auxiliado pela neta Maynah.
É, sem dúvidas, um exemplo bom de recordar.

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