Peixe-Papagaio |
Projetos que buscam conservar ambientes costeiros e marinhos brasileiros, preservar espécies ameaçadas e aliar inovação e meio ambiente terão o apoio de cerca de R$ 1,8 milhão em 2019. Ao todo, 15 iniciativas distribuídas em 11 estados do País serão apoiadas pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Sete dos trabalhos selecionados serão implantados no litoral nordestino, somando cerca de R$ 1 milhão para preservar áreas naturais e espécies ameaçadas.
Segundo o coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Robson Capretz, a necessidade de proteção de ambientes costeiros e marinhos tem despertado cada vez mais a atenção da sociedade..
REPRODUÇÃO DE CORAIS - O estresse térmico causado pelo aumento da temperatura do oceano interfere diretamente na dieta dos corais e, consequentemente, ocasiona o seu branqueamento. Dependendo da intensidade desse efeito, os corais doentes não se recuperam e morrem. Para assegurar a existência dessas espécies no futuro, o Instituto Coral Vivo vai adotar uma estratégia inovadora no Brasil, já testada na Austrália e em ilhas caribenhas: a reprodução in vitro de corais. O projeto busca aplicar ferramentas tecnológicas em prol da conservação dos corais, conhecendo a biologia dos gametas e avaliando a sua sensibilidade. Também será promovida uma ação de educação ambiental, por meio de um jogo que ilustra todo o processo da reprodução dos corais.
MONITORAMENTO DE RECIFES - Quando saudáveis, os recifes executam funções importantes na regulação do clima e na proteção costeira, demandando estratégias de conservação eficazes. Nesse projeto inovador, pesquisadores da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco vão estudar, monitorar, mapear e fiscalizar atividades realizadas em recifes em escala ampla, por meio de veículos aéreos não tripulados, para auxiliar na proteção desses ecossistemas.
PEIXES AMEAÇADOS - Com o objetivo de desenvolver e implementar estratégias sustentáveis de manejo dos estoques pesqueiros, pesquisadores do Instituto Comar avaliarão a costa brasileira, com foco nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Sergipe e Bahia. A iniciativa criará um aplicativo para monitorar informações sobre espécies marinhas – como tamanhos, ocorrências e esforço empregado por pescadores esportivos e artesanais para encontrá-las – que sirva de base de consulta a órgãos públicos para avaliar medidas propostas em planos de recuperação.
TARTARUGAS MARINHAS - Lar de tartarugas marinhas, a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais é uma das maiores unidades de conservação federal marinhas no Brasil. A iniciativa do Instituto Biota de Conservação vai atuar nessa área para desenvolver atividades de conservação e pesquisa, usando metodologias tradicionais e inovações tecnológicas para atender espécies de tartarugas como Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea.
RECIFES PROFUNDOS - O projeto proposto pela Associação Ambiental Voz da Natureza vai atuar em recifes de Fernando de Noronha encontrados entre 30 e 150 metros de profundidade. Esses locais servem de refúgio para diversas espécies ameaçadas pela sobrepesca e pelos efeitos das mudanças climáticas, que atingem os ambientes marinhos mais rasos. O objetivo principal dos pesquisadores é fazer um levantamento da biodiversidade com técnicas de mergulho associadas a tecnologias avançadas e depois cruzar informações biológicas com dados de intensidade de pesca, a fim de evitar conflitos sociais e maximizar os benefícios para a conservação da natureza.
BIODIVERSIDADE MARINHA - Atualmente, a costa brasileira possui menos de 1,5% de seus ecossistemas marinhos protegidos integralmente. Para aumentar essa taxa, o Instituto Ambientes em Rede vai atuar nos arquipélagos Trindade e Martim Vaz (ES) e São Pedro e São Paulo (PE). A proposta visa fortalecer a pesquisa nesses territórios, com foco nos efeitos da pesca sobre espécies ameaçadas e espécies com grande importância nos sistemas recifais. Em um segundo momento, serão estimuladas ações de gestão e políticas públicas para a conservação desses ambientes.
CONSERVAÇÃO DO PEIXE-PAPAGAIO - Encontrado apenas no Brasil, o peixe-papagaio (Scarus trispinosus) está extremamente ameaçado de extinção e representa um dos grupos de peixes mais importantes para a manutenção da saúde dos recifes de corais. Entre as estratégias que serão adotadas pelo Instituto Meros do Brasil para conservar esses peixes no Nordeste brasileiro estão a pesquisa para melhor compreensão do uso de habitat e comportamento da espécie e a definição de estratégias de educação ambiental, visando a conscientização da importância ecológica da espécie.
NOVOS PROJETOS - Estão abertas as inscrições para o 57º Edital da Fundação Grupo Boticário – Novas Ideias para a Conservação da Natureza. Interessados de todo o Brasil podem inscrever trabalhos voltados à conservação da biodiversidade até 31 de março, pelo site da instituição. Ao todo, serão cerca de R$ 2 milhões destinados aos projetos selecionados.
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