RS – Qual o panorama atual do nosso turismo:
Cialdini: Há alguns anos, o que se vendia como atrativos turísticos de Fortaleza eram apenas sol e mar. No entanto o que é chamado turismo de lazer, movimenta somente, por dia, U$ 73,53 no Brasil. Uma cidade com vocação para o turismo, como Fortaleza, precisava investir na diversidade de opções para atrair visitantes. Assim, foram surgindo na cidade grandes eventos, como o Fortal, e se fortaleceu o trabalho de captação de congressos e eventos nacionais e internacionais para a cidade, através do Fortaleza Convention & Visitors Bureau e de turistas através dos workshops realizados pela ABIH Ceará em 30 cidades por todo o Brasil.
RS – De concreto, como o turismo local começou a ser tratado como devia:
Cialdini - Quando a Prefeita, Luizianne Lins, assumiu a gestão da cidade, em 2005, deu um novo passo para incrementar os investimentos no turismo com a criação da Secretaria de Turismo de Fortaleza, Setfor, solicitação antiga do trade turístico. No mesmo ano, foi realizada a primeira edição do Réveillon no Aterro da Praia de Iracema. O evento, que no ano passado reuniu 1,2mil de pessoas na praia, é um investimento no turismo de negócios e lazer, que gera movimentação financeira em 56 setores da cadeia produtiva. Desde os meios de hospedagem ao grande setor de serviços, que passa por bares e restaurantes, barracas de praia, agências de viagens receptivas, guias de turismo, cooperativas de taxi, locadoras de veículos; enfim todos que direta e indiretamente se envolvem com um evento dessa magnitude. De fato o setor de serviços é o maior beneficiado com a grande geração de emprego e renda motivados pela realização do Reveillón de Fortaleza. Onde toda a cidade ganha comercialmente além da visibilidade devido à importância do evento.
RS -Segundo pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (2010) em relação à estrutura de gastos, foi apontado que 28% do gasto do turista é direcionado para despesas com compras, 20% com alimentação, 18% destinados a hospedagem, 17% com diversão/passeios e 10% com transportes. Na sua área principal de atuação, como o senhor analisa hoje a situação?
Cialdini - Os números comprovam a relevância do turismo para os impactos no setor do comércio.Segundo dados da Setur/CE, os eventos realizados no Ceará estão se mostrando essenciais à economia das empresas locais. O calendário anual de eventos que a cidade está desenvolvendo é fundamental para tornar a nossa capacidade de captação de eventos mais competitiva mudo afora, e com o objetivo principal de movimentar a economia. Com os eventos sendo distribuídos em diferentes períodos do ano, também temos um caminho para minimizar os efeitos da sazonalidade, um problema recorrente em cidades que deixam que sua atividade turística seja ancorada em apenas uma possibilidade de atrativo, o que não é o caso de Fortaleza principalmente com a chegada de muitas obras importantes e fundamentais nessa transformação, com destaque para o novo Centro de Feiras e Eventos e o Acquario Ceará.
Finalizndo suas declarações, Colombo Cialdini arrematou: “Um calendário que extrapola o fazer turístico natural da cidade, com o passar dos anos, se consolida e cria um efeito multiplicador positivo para o turismo em geral. É isso que o Réveillon de Fortaleza vem procurando fazer. Abriu o leque de opções da cidade, tornou-se um dos principais produtos turísticos, sendo fundamental para contribuir com 100% de ocupação da rede hoteleira no período, da frota de carros para aluguel; aumenta em 30% a movimentação de bares e restaurantes mostrando ao turista a nossa diversidade gastronômica, a pluralidade do nosso rico artesanato, e o aumento do fluxo de passageiros na utilização de taxis como meio de transporte em 40%. Os investimentos em novos eventos e obras de infra-estrutura turísticas mantêm a atividade econômica do município aquecida e em pleno desenvolvimento, onde a parceria e o apoio do setor privado é fundamental e indispensável para a condução, o crescimento e o fortalecimento do setor turístico através da integração com os agentes governamentais”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário