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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PATRIMÔNIO IMATERIAL - A FESTA DO PAU DA BANDEIRA NA LISTA DO IPHAN

Misto de cultura popular e fé católica, a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha entrou para a lista das celebrações registradas como patrimônio imaterial brasileiro. Unânime, a decisão foi anunciada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O conselho analisou o pedido, feito em 2010 pela Prefeitura de Barbalha, por meio da Secretaria da Cultura e do Turismo, e apoiado pela Superintendência do Iphan no Ceará e por entidades culturais locais. Com a aprovação, a festa passa a integrar o Livro de Registro das Celebrações, que conta agora com nove bens registrados.
No Nordeste, a Festa do Pau da Bandeira está no mesmo nível do Bumba-Meu-Boi, no Maranhão, das festas de Sant'Ana de Caicó, no Rio Grande do Norte, e do Senhor Bom Jesus do Bonfim, na Bahia.
“Acredito que teremos um novo olhar sobre a festa. Os detentores serão fortalecidos”, afirmou Antônio de Luna, secretário da Cultura e do Turismo de Barbalha, referindo-se aos grupos de cultura popular, à Trezena de Santo Antônio (ciclo de orações com uma imagem peregrina do santo), à Procissão de Santo Antônio e ao Carregamento e Hasteamento do Pau da Bandeira.
Os festejos de Santo Antônio remontam ao fim do século XVIII e se relacionam à própria origem da cidade caririense, com a construção de uma capela em devoção ao santo. Atualmente, as celebrações duram 13 dias (de 31 de maio a 13 de junho, Dia de Santo Antônio) e tem como ponto alto o Carregamento e Hasteamento do Pau da Bandeira, sempre no domingo mais próximo do dia 31 de maio.
A tradição do Pau da Bandeira começou em 1928. Trata-se do tronco de uma árvore previamente escolhida, simbolizando a promessa e a devoção ao santo casamenteiro. Os carregadores formam uma espécie de irmandade e centenas de homens se revezam para levar o pau sobre os ombros por cerca de 6 quilômetros até a frente da Igreja Matriz de Barbalha, onde é hasteado com a bandeira de Santo Antônio, numa demonstração de força e fé.
Entre as mulheres, fica a expectativa de pegar no tronco para conseguir um casamento. Há, inclusive, uma “solteirona” que, ironicamente, se propõe a dar dicas para as demais sobre como arrumar um marido.
O evento reúne todos os anos  cerca de 300 mil pessoas em Barbalha e movimenta todo o triângulo Crajubar (união formada pelas cidades do Crato, de Juazeiro do Norte e de Barbalha).

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