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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

CALEIDOSCÓPIO - UMA CIDADE EXEMPLAR

UMA CIDADE EXEMPLAR
Se a memória não falha (que Alzheimer perseguidor!), em 1987, época de férias, comprei um Belina zero e me mandei estrada a fora até a Cidade Del Leste, voltando e conhecendo cidades já badaladas do sul do Brasil. Com minha mulher, Angelita, o filho, Carlos Alberto, e a cunhada, Alda,  na volta permanecemos alguns dias em São Paulo, na companhia de parentes e amigos. Nosso propósito primeiro não era  comprar muambas, no Paraguai, mas sim conhecer o Sul, viver momentos em novas cidades, ver de perto as proclamadas belezas naturais da privilegiada natureza. Foi aí que vivemos ótimos instantes em Gramado, uma cidade gaúcha que despontava para o turismo de natureza, de lazer. Quanto verde, quantas flores em que a hortênsia era a rainha!  Os hotéis não eram tantos, mas todos ofereciam aconchegante bem-estar, em meio ao frio que era demais para nós nordestinos. Os passeios, o Lago Negro e os poucos locais de lazer nos encheram a vista e o nosso espírito ficou mais leve com a hospitalidade do povo.  Passado tanto tempo, há cinco anos, já como jornalista especializado em turismo, voltamos a Gramado para a cobertura de um dos maiores eventos de turismo do nosso continente, o FESTURIS, sem dúvida alguma um grande responsável pelo vertiginoso progresso da cidade. Hoje Gramado é exemplo maior de como uma cidade pode se tornar grande, exemplar, sem agredir a natureza, sem  ferir os comezinhos princípios de saúde e bem estar dos seus cidadãos. É uma visão moderna, mas tradicional também  de uma cidade que respeita as tradições dos seus fundadores e descendentes, na maioria alemães e italianos, tradição que se reflete nas casas residenciais e prédios públicos. A impressão que o visitante tem à primeira vista é de ter chegado a uma das melhores cidades europeias. Gramado cresceu graças a administrações sérias, honestas e de visão. Em pouco mais de 25 anos, hoje tem uma população de cerca de 35 mil pessoas, mas recebe anualmente perto de seis milhões de turistas, com hospedagem de qualidade nos hotéis e pousadas, o que indica que 85% de sua arrecadação vem do turismo.  Os espaços foram ocupados responsavelmente, sem agressões. Avenidas largas, calçadas que garantem a mobilidade segura de todos, sejam sadios ou deficientes, até visuais. O trânsito de veículos é intenso, mas lá se respeita o pedestre. Nas passagens de ruas, nas faixas e até fora delas, os caros param para a travessia das pessoas. Lixo nas ruas, nas calçadas, nem pensar. Educação exemplar as dos viventes da terra. Sinceramente, nestes cinco anos seguidos que voltamos a Gramado não vimos policiais ostensivos nas ruas. Anda-se com segurança de dia, de noite e de madrugada. Diante de uma cidade tão modelo, sempre que voltávamos dos eventos no Palácio dos Festivais ou dos momentos de lazer na Rua Coberto, eu e os jornalistas cearenses Antônio José, José Rangel e o baiano Edmundo Lemos nos perguntávamos:  por que as nossas cidades não imitam Gramado?  Por que reina o caos entre nós? Por que tanta insegurança, trânsito tão caótico?  Por que nossas  ruas e calçadas são agressivas? Por que os montões de lixo estão por toda a parte? Por que o desrespeito às leis?  Na realidade, todos sabíamos a resposta. 

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