O setor de hospedagem de Porto Alegre vive a sua pior crise em 40 anos. Registrando taxa de ocupação média mensal em 40%, muitos estabelecimentos estão usando a criatividade para manter seus negócios. Renegociação com investidores, promoções e todo o tipo de redução de custos fazem parte desse pacote. "Temos proprietários se desfazendo de patrimônios para manter seus negócios. Muitos já fecharam total ou parcialmente", informa o presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt (foto), sobre a realidade do setor.
Um dos principais impactos é a perda de empregos. Levantamento do SHPOA revela que, desde o inicio do ano, foram fechadas mais de mil vagas de trabalho, entre os 125 hotéis de Porto Alegre. Média de oito demissões por empresa. Os estabelecimentos do centro são os mais afetados.
Para o SHPOA, além da crise que atinge o país, um dos principais fatores para dados tão negativos é a insuficiência de investimentos no turismo de Porto Alegre. "Se pegarmos a taxa média de ocupação de Curitiba, Florianópolis e São Paulo, vamos confirmar que houve, sim, queda, mas nada parecido com o que ocorre em Porto Alegre. É a pior crise dos últimos 40 anos, por isso é preciso pensar urgente uma política de turismo mais agressiva para a cidade ou corremos o risco de ver mais empresas fechando até o fim do ano", avalia Carlos.
A previsão de abertura de 17 novos hotéis até 2019 é outra notícia que assusta ainda mais o setor. "Há uma perspectiva de aumento de 30% na oferta de leitos para os próximos anos. O impacto disso para o mercado será perda de investimentos e frustração desses investidores que estão apostando em uma rentabilidade que não existe atualmente"
Para SHPOA, Porto Alegre precisa investir na arte, na cultura e no turismo de negócios/eventos para atrair turistas e movimentar a economia no setor de alimentação e hotelaria. A construção de um Centro de Convenções é uma das principais reivindicações da categoria, que vê a cidade perder diversos eventos porque não tem capacidade de sediar encontros com mais de 5 ou 10 mil pessoas.
Outra obra necessária e que traria alento ao setor é a revitalização do Cais do Porto. "Mas pelas últimas notícias, já não temos mais certeza quando essa obra se concretizará. Esse é o retrato de como a cidade encara o turismo", critica.
CRISE GERAL – Infelizmente, as notícias que temos a respeito da hotelaria brasileira é de muita apreensão, cautela e pedido de arrego. Em muitos Estados, vários meios de hospedagem foram obrigados a fechar as portas diante da grave crise econômica e financeira que atravessamos.
A respeito da hotelaria cearense, conversamos com o presidente da ABIH/CE, Eliseu Barros. O empresário, executivo maior do Marina Park Hotel, nos disse que é uma realidade a crise por que passa a hotelaria brasileira.
A respeito do Ceará, Eliseu, com a devida cautela, afirmou que o setor hoteleiro também sofre o impacto da crise, com a queda das hospedagens. Os hotéis vinculados a entidade que dirige estão apertando o cinto e “queimando as gorduras” adquiridas no final do ano passado. Felizmente, até agora não há notícia de que nenhum cogite em encerrar as atividades. Nos últimos três meses, o percentual de hospedagens girou entre 48/49% de ocupação. Otimista, o empresário cearense aguarda que a ocupação de hotéis em Fortaleza fique pelo menos em 62%, o que difere dos 85/90% dos anos anteriores, mas pelo menos oferece melhores condições de atravessar a crise.
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