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quinta-feira, 11 de maio de 2017

TURISMO BRASILEIRO CONTINUA PATINANDO

A BAHIA COMO EXEMPLO, MAS O BRASIL COMO DESTINATÁRIO - Em artigo passado, busquei analisar a complexidade do potencial turístico, tomando como exemplo a Bahia. Tentei mostrar que o Estado e, particularmente, sua capital Salvador, são detentores de, praticamente, a maioria dos requisitos que integram a potencialidade do turismo. A partir de sua história, passando pela sua constituição física, deslizando pela sua Cultura, onde o seu patrimônio é destaque, e mergulhando no seu rico folclore, na sua singular culinária e no seu artesanato, tudo isto com a forte influência índia, portuguesa e africana, correndo por fora a pluralidade dos equipamentos.
No entanto, conquanto a Bahia – como de resto o Brasil – seja extremamente robusta no amealhar de atributos, além de possuir complexos dutos de intercomunicação, não conseguem, Estado e país, deslanchar no receptivo internacional. 
FALTA-LHES O REQUISITO FUNDAMENTAL: PROMOÇÃO - Em verdade, ainda que o Brasil como um todo e a Bahia, em particular, sejam férteis no acúmulo de qualificações, resta-lhes ausente competência do arremate que consubstancia o fator mais importante no contexto: a promoção. Sim, porque o turismo é uma atividade econômica dependente visceralmente da promoção.
Eu tenho afirmado, sempre que oportuno, que o turismo é um produto que necessariamente tem que estar na vitrine. A riqueza do potencial nada valerá se o “mundo” não estiver informado da sua existência. A promoção, por consequência, além de ser fundamental, há que se estabelecer de sorte a compatibilizar a riqueza do destino com a sua intenção de gerar simpatia.
O BRASIL AINDA AQUÉM E A BAHIA PAROU NO TEMPO - 
Esta análise leva-nos a conclusão de que o Brasil está muito distante de atingir o nível ideal da sua exposição ao mundo. E a Bahia, conquanto tenha sido pioneira na “descoberta” de que o turismo é uma importantíssima atividade econômica, para a qual exige atenções especiais, na verdade está padecendo de um interregno na sua escalada.
Sim, porque durante cerca de duas décadas, a Bahia foi exemplo para o restante do país, polarizando atenções e a busca de subsídios pelos demais parceiros nacionais que, por sinal, encontraram sempre uma mão amiga para ajudar no impulso. A Bahia desenvolveu técnicas excepcionais e capitaneou o país, levando a reboque, inclusive e sobretudo, os próprios organismos nacionais. Depois disto, parou.
OS NÚMEROS NÃO FALHAM -  A estatística é o tribunal infalível, que promove o enquadramento da existência diante da intenção. Nem sequer vou considerar deficiências em segurança, mão-de-obra e outros fatores menores. Na exposição diante do mundo, são carências que podem ser, a grosso modo, visualizadas no entorno.
Se detectarmos que, por conclusão do Forum Econômico Mundial, para uma lista de 126 países, o Brasil ocupa o primeiro lugar em potencial de recursos naturais, causa espanto, no entanto, o fato de perder em competitividade. E, no “ranking” geral, situa-se no 27º lugar. Estas informações encontram-se no documento “The Travel & Tourism Competitiveness Report 2017”.
É que, na avaliação do órgão, o Brasil tem recursos naturais muito fortes, desde patrimônios de carater esportivo e de entretenimento, ao lado de ter desenvolvido uma estrutura turística relativamente boa, mas peca em vários outros quesitos. Na comparação com outros analisados, houve piora do ambiente de negócios (ocupando o 129º lugar), que abrange eficiência legal e impostos. Na segurança sua classificação está em 106º e em mão de obra 93º
OUTRAS DEFICIÊNCIAS CONTABILIZADAS - Também não são animadoras as posições de infra-estrutura terrestre e portuária (112º), saúde e higiene (70º) e sustentabilidade (66º). Ainda que haja melhorado no ranking geral pois, em 2007, estava em 59º lugar, passando em 2015 para o 28º. Verdade que, na América Latina, encontra-se atrás somente do México.
Pelo sexto ano seguido a indústria turística superou o da economia global.  Mas o Brasil permanece, contudo, cadenciando os seus 10 milhões de visitantes estrangeiros, enquanto a França está nos seus 79 milhões, a Espanha nos 57 milhões e os Estados Unidos nos 58 milhões, como exemplo.
Falta-nos investimentos corajosos, especificamente no particular das promoções. No caso da Bahia, a reação, inclusive, da comunidade turística esteve manifestada explicitamente em artigo da autoria do Presidente da Federação de Turismo da Bahia, e vice-presidente do Salvador Destination, Sílvio Pessoa.

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