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sexta-feira, 18 de maio de 2018

É MAIS UM EXEMPLO QUE NOS INSPIRA

O ciclo da vida não se interrompe, claro. Não sofre alterações, não se modifica. A antiga e imutável fórmula de “nasce, cresce e deixa o seu registro idelével” não se altera. Em todos nós esta fórmula segue marcando a trajetória de cada um. Feliz, maravilhoso quando a passagem efetiva um rastro de excelência, de destaque. 
E este universo continua mantendo a sua unidade, ainda que o próprio homem, nos seus rasgos excepcionais de insanidade, busque fórmulas que o ameaçam, vez por outra. A sensatez, o equilíbrio, ainda têm sido a tônica do caminhar da vida. 
Nessa convulsão de ideias e de comportamento, o que se pode extrair de melhor é o exemplo. Quando o modêlo marca parâmetros a serem perseguidos. Sobretudo quando se testemunha uma desalentada vocação de segmentos da sociedade humana a construir sendas em nada lineares, vulgarizando os transtornos sinuosos do comportamento.
 Hoje, no Brasil, estamos, lamentavelmente, padecendo dessa anomalia. Os exemplos que o cotidiano nos permite não têm sido de estruturas que nos sejam indicadas para sustentação das melhores virtudes.
Na contramão desse desequilíbrio, o que nos alenta é que podemos descortinar, até no infortúnio, aqueles modêlos que consagram o caminho das boas ideias como excelência de suas caminhadas.
Se, a cada momento, temos a lamentar o encerramento de um ciclo daqueles em quem admiramos a linearidade da estrada consumida, nos contrapõe a alegria do testemunho da construção de uma obra valiosa.
Hoje, conquanto as lágrimas marquem a nossa despedida ao amigo querido, envaidecemo-nos em poder exaltar sua existência correta. HANS TOSTA SCHAEPPI deixou-nos para seguir uma nova missão. Para perseguir novas demandas. Choramos, sim, a sua ausência material. Mas nos sentimos confortados em  testemunhar  que convivemos com um amigo de valor moral, profissional e social inquestionável. 
SCHAEPPI, ou melhor, “Bigode”, como o conhecíamos na intimidade, foi um homem multifacetado. A inteligência que medrou em seu cérebro e se manifestou em sua atitude, permitiu-lhe caminhar por vias diversas e, todas elas, de inestimavel riqueza.
De formação universitária como Engenheiro, induziu-se nas entranhas da construção civil. E nesse emaranhado de atividades, inspirou-se na hotelaria para encontrar uma das fórmulas da sua atividade profissional. Construiu, pôs a ativar e administrou algumas unidades hoteleiras. Ramo que lhe inseriu definitivamente no fascínio atrativo do turismo.
Homem do interior, cujas origens não lhe negaram a fidelidade resistente, não teve como se desligar da vida rural, constituindo-se, também, em gestor de suas fazendas que lhe renderam o cultivo, sobretudo, do produto mais típico de sua região: o cacau. 
E nessa engrenagem complicada que interliga caminhos, desviou-se também para as articulações industriais, criando, mantendo e desenvolvendo o seu “Chocolate de Ilhéus”, através do qual pôde proclamar, pelos quatro cantos deste Brasil gigante, a marca das suas origens.
Mas, inquieto, não se conteve, ainda que já em tantos desvios da sua vocação. A comunicação foi, da mesma sorte, uma das suas paixões. Durante tantos anos, sustentou nas páginas do jornal “A Tarde” uma coluna sobre o que muito bem entendia: Hotelaria. Encerrando, porém, o ciclo naquele antigo vespertino, juntou-se a nós na “GAZETA DO TURISMO” para prosseguir no seu irrecorrível estilo crítico.
É de se ver ainda que um viés da sua personalidade sensível que talvez seja pouco conhecido além da sua intimidade, é a de ter desenvolvido um inspirado dote poético. SCHAEPPI foi um valioso compositor, sobretudo de páginas que marcaram no cancioneiro do Carnaval baiano. Talvez fosse essa derivação a fórmula mágica para lhe atenuar o desassossego.
Não é possível, todavia, analisar a personalidade de SCHAEPPI sem lhe fazer justiça em uma das mais intensas derivações da sua inquietude: o seu amor por ILHÉUS. Sem dúvidas, foi sempre o desaguadouro de suas maiores preocupações. Uma marca que consubstanciou a personalidade combativa.
E quando a sociedade busca perenizar a grandiosidade dos seus vultos mais representativos, não vejo como Ilhéus possa deixar de proporcionar aos pósteros o modelo de excelência dessa personalidade marcante. A imagem de SCHAEPPI não pode deixar de estar exibida em praça pública, no bronze frio, porém expressivo da sua passagem.
E os sábados de Ilhéus já não serão os mesmos, sobretudo quando da reunião do RM,  ”RÔLA MURCHA”, de que foi o eterno inspirador.

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