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sexta-feira, 1 de junho de 2018

FAFÁ DE BELÉM É TAMBÉM DA BAHIA


Pode parecer estranho o título, mas faz sentido. E todo o sentido. Porque foi em Salvador, aqui na Bahia, que Fafá foi lançada como cantora profissional. Corria o ano de 1975, quando aconteceria no Teatro Vilha Velha o “Festival de Verão da Bahia”. Convidada por Sérgio Ricardo, Fafá veio a Salvador e já encontrou cartazes que a apresentavam, pela primeira vez, como “Fafá de Belém”. 
Salvador transformou, então, a paraense Maria de Fátima Palha de Figueiredo batizando-a em, simplesmente, “Fafá de Belém”, para realizar o seu primeiro show. Hoje, Fafá está com 61 anos e isto ocorreu, portanto, há 43 anos. E é exatamente Salvador, e a Bahia, que acolhe, novamente, Fafá de Belém para que encerre a turnê de apresentação do seu mais novo album: “Do Tamanho Certo Para o Meu Sorriso”.
Ao retornar a Salvador, Fafá lembrou de toda aquela mudança que ocorreu em sua vida, por conta da sua vinda em 1975, por isto que afirma ter uma forte relação com a Bahia. Porque foi aqui que lhe fôra apresentado o seu novo caminho. E a importância daquela sua estada na capital baiana foi de tal sorte que ela, que viera para apenas estar durante somente duas semanas, em razão do show que apresentou, acabou permanecendo por, nada mais do que, três mêses.
Era verão e, então, Fafá hospedou-se não em hotel, mas na residência de um amigo, Djalma Correa, no bairro de Amaralina. Foi quando travou relações com figuras de grande destaque como Caetano Veloso, Péricles, Vinicius de Moraes, na casa de quem, em Itapuã, frequentou, inclusive tendo estado na sua inauguração, quando, segundo afirma, comeu pela primeira vez “abará”.
Posteriormente, mais precisamente em 1977, conheceu Jorge Amado e Zélia Gattai, com os quais, da mesma sorte, conviveu, pois os conhecera, por acaso em Portugal, Lisboa, uma vez que se hospedavam no mesmo hotel. Fafá lembra que foi com Zélia, por exemplo, que conheceu, pela primeira vez, Paris. Ela destaca que foi ela quem “lhe apresentou” Paris, levando-a, inclusive, pelos tradicionais “tours” a percorrer os muitos atrativos da “Cidade Luz”.
Neste seu retôrno a Salvador, Fafá está aproveitando para relembrar um passado que lhe é muito “caro”, porquano representa todo o início de uma carreira vitoriosa. E Salvador, e a Bahia, foram os seus “talismãs” para lhe proporcionar toda a sorte que lhe impulsionou ao sucesso.
Um pormenor muito curioso é que Fafá lembra com nostalgia ter, àquela época, contactado pela primeira vez, também, com o Carnaval baiano. Segundo ela tanto foi uma curtição à época, como é tremenda curtição hoje lembrar de que desfilou pelos circuitos de Salvador integrando o tradicional e saudoso “Bloco do Jacu” que, durante aquele período, ainda não havia instituído o “abadá”, porque os blocos desfilavam com fantasias vistosas e muito bem criadas.
Inúmeros outros locais reviveram a memória da excepcional intérprete, como o tradicional sorvete da Ribeira, que frequentou com certa assiduidade para o período. Um outro espaço que lhe calou fundo reviver foi a Ilha de Maré, um dos mais expressivos atrativos da Baía de Todos os Santos.
São inúmeros os fatos que a ligam inapelavelmente a Salvador e à Bahia, numa simbiose irrecorrível. Até porque foi na capital da “boa terra” que Fafá gravou um dos seus maiores sucessos, por sinal a primeira música destinada a uma novela: composição do baiano Walter Queiroz, “Filho da Bahia”, para a primeira versão que a rêde globo encenou de “ Gabriela Cravo e Canela”, tendo no papel título ninguém mais do que Sônia Braga.
Não é, portanto, sem razão que Fafá, hoje com 61 anos, se emociona em reviver na memória todo aquele precioso passado, que valoriza a sua história e a sua biografia.
A seleção de canções que foi feita para o seu novo trabalho de gravação de um novo CD está eivada, em verdade, de grandes clássicos que enriqueceram a sua exitosa carreira. Destaque para duas delas, como Bilhete e Abandonada, dentre tantas.
Não escondendo a emoção por reviver toda essa história, Fafá remete à sua alegria em ser uma cantora popular, assegurando de que o público lhe é indispensável, porque alimenta a sua inspiração. Sobretudo o público da Bahia, que constitui a sua autêntica história.

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