O turista que visitar Itu poderá aproveitar o feriado da segunda-feira, dia 9 de julho, e ver de perto muitas memórias da Revolução Constitucionalista de 1932 que estão expostas no Regimento Deodoro, o Quartel de Itu, que teve importante participação no movimento que aconteceu há 86 anos.
Com o antigo nome do regimento – 4º RAM, os militares aderiram ao combate e quatro dias após a deflagração do conflito, em 9 de julho de 1932. Surgiu em Itu o valoroso 3º Batalhão de Caçadores Voluntários (3º BCV), constituído por soldados voluntários de 35 cidades do interior paulista, incorporando um total de 599 homens, dos quais 263 eram ituanos.
O 9 de julho se tornou um símbolo para os paulistas especialmente depois do dia 23 de maio de 1932 quando, numa manifestação de jovens estudantes na Praça da República, em São Paulo, quatro deles foram mortos pela polícia do governo federal. Eram Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas iniciais, MMDC, transformaram-se num dos símbolos da revolução.
O que aconteceu no país foi uma verdadeira guerra civil com muito maior contingente de militares defendendo o governo federal, comandado pelo ditador Getúlio Vargas. Mesmo assim, São Paulo fez uma grande campanha e contou com a mídia da época, jornais e rádios, para mobilizar grande parte da população. O principal motivo do levante paulista foi a reivindicação da elaboração de uma nova Constituição e a convocação de eleições para a presidência da República.
Apesar da forte participação do povo paulista, que não ficou indiferente ao conflito, inclusive com estudantes universitários, comerciários e profissionais liberais, São Paulo foi derrotado e entregou as armas em 28 de setembro de 1932. Mas, o espírito da revolução foi alcançado dois anos depois. Em julho de 1934 foi promulgada uma nova Constituição com avanços democráticos e sociais para o país.
Até hoje, o Regimento Deodoro, com um belo museu e a igreja de São Luis Gonzaga, é um documento vivo da época da revolução na qual cerca de três mil brasileiros morreram em combate.
Duas grandes homenagens ergueram, em São Paulo, o monumento ao soldado constitucionalista, um mausoléo suntuoso todo em mármore branco, que acolhe os corpos dos soldados paulistas mortos em combate, no Parque do Ibirapuera. Nas suas paredes estão esculpidos os versos da famosa poesia de Guilherme de Almeida – Bandeira de treze listras. Além disso, uma das mais importantes avenidas da capital foi batizada com a data de 23 de Maio.
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