O artigo desta semana versa sobre a discordância, por parte de gestores e colaboradores, nas áreas pública e privada, fruto de nossa leitura em livros de renomados pensadores da Administração, dentre os quais destacamos Robert Sutton, professor norte-americano de gestão. Segundo sua opinião, em uma organização, na qual há inovação, quase sempre as pessoas ignoram ordens.
No artigo “A Discordância Contribui com Tempero, Entusiamo e Qualidade Revigorante”, chama a atenção o fato de que, para muitos funcionários, trabalhar, dentro de uma organização significa dizer sempre 'sim”. E prossegue: “O medo de perder o emprego, a propensão a agradar e a ambição para ser promovido fazem com que os subordinados estejam sempre felizes em dar boas notícias, mas relutantes em dar as más”.
Verdade! Existem, nas organizações públicas e privadas, assessores (denominamo-los de “aspones”, ou seja, “assessores de porra nenhuma”, desculpem-nos da agressividade da frase), os quais procedem como lagartixas, balançando sempre a cabeça para cima, concordando com tudo o que seus superiores, na hierarquia das organizações, julgam ser o melhor para o crescimento sustentável das suas organizações ou instituições públicas no âmbito das esferas Federal, Estadual e Municipal. Quanta ignorância em termos de Administração e gerência de negócios!
No Turismo, referindo-nos a esse segmento público e privado, em sua cadeia produtiva, com abrangência em mais de 60 atividades econômicas, culturais e sociais, exemplos podem ser citados, como a “Dança Constante”, no Ministério do Turismo, na Embratur, nas Secretarias Municipais e Estaduais de Turismo, pelo Brasil afora, fruto – na nossa modesta opinião – por discordância de alguns titulares e funcionários, no tocante à filosofia de ação da corporação. Isso, quando informam as más notícias, corajosamente, arriscando perder cargo, função e até o emprego, com vistas a corrigir o que está equivocado, na execução das atividades internas e externas, causando resultados insatisfatórios, além de denegrir a imagem dos órgãos acima citados.
Mas, vamos em frente! Excelente observação é a de que “Os líderes devem se prevenir contra os “homens-sim” e aceitar conflitos construtivos em suas empresas”. Interessante é que, às vezes, um “Não” é mais útil que um “Sim”. A concordância dos empregados com tudo, numa organização, seja lá de que natureza for, pode fazer bem para o ego dos superiores, todavia danoso para os negócios. Afirma-se, igualmente, que ser um líder eficaz envolve reconhecer que é impossível estar certo o tempo todo.
Reforçando o pensamento, retrocitado, enfatizamos o que disse o fundador da Getty Oil Company, Jean Paul Getty, reconhecendo o valor de empregados sinceros: “Discordância contribui com tempero, entusiasmo e qualidade revigorada”. O fundador da Digital Equipment Corporation, Ken Olsen, encorajava a discordância, na cultura corporativa, usando o debate e a solução de conflitos, como ferramentas básicas nas tomadas de decisão.
Bem! Por meio de nossas leituras e participação, no ambiente de trabalho, nas reuniões externas, em congressos, seminários e em outros eventos, dentro e fora do Estado do Ceará, percebemos o quanto muitos, ao se manifestarem, concordam com tudo o que os gestores públicos e empresários expõem, em suas palestras, para não desagradar, ser chato ou inconveniente aos participantes. Esses, acima de tudo, esquecem-se do pensamento do poeta, romancista, músico e dramaturgo, Rabindranath Tagore: “Se discordas de mim, enriqueces-me” e “Onde o espírito não teme, a fronte não se curva”. Agora, um detalhe: apontar falhas administrativas e gerenciais, de forma deseducada, sem sugerir soluções, não é recomendável. Pense nisso, você que trabalha na cadeia produtiva do Turismo. Obrigado pela leitura e ótimo fim de semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário