A Ilha da Madeira, uma das duas mais populosas do arquipélago, que tem em Funchal a sua capital, também converge no famoso vinho o seu mais importante produto. Poucos, no entanto, têm conhecimento de que a sua “fortuna”, consubstanciada nesse expoente da sua economia, historicamente provem da própria excelência, à época, da economia do Brasil.
Este fato nos ocorre em virtude daquele tão exuberante recanto postado em meio ao Oceano Atlântico, entre Brasil / África e Portugal, já estar se movimentando no sentido de assegurar mais uma realização anual de uma das mais festejadas e importantes festas do seu calendário de eventos: a Festa do Vinho.
Internacionalmente conhecida, desde a década de 1970 que a sua realização vem sendo repetida religiosamente todos os anos em Funchal, a capital da Ilha. Por essa razão que é consagrada em âmbito internacional como a capital do destino, com a celebração da cultura do vinho, bem como tudo o mais que ele representa para a sua população.
E que os seus nativos entendem e são convencidos de que o vinho representa muito mais do que um simples produto na sua economia, ainda que seja reconhecidamente o seu valor intrínseco. É que os madeirenses proclamam orgulhosamente de que o seu vinho não se trata de uma mera iguaria dos cardápios internacionais, mas uma das mais importantes atividades econômicas para a sua ilha, parcela do território português.
De modo mais objetivo, este ano, a Festa do Vinho ocorrerá entre os dias 25 de agosto e 8 de setembro, naturalmente por ser o período das vindimas, o que significa a época da colheita da uvas. E a uva é uma das mais consagradas produções rurais da sua constituição eivada de elevações, num solo eminentemente vulcânico.
Até porque a Vindima ao Vivo constitui-se numa das mais expressivas atrações, aguardada sempre com ansiedade pelos madeirenses, como o evento que, este ano, está programado para o dia 7 de setembro (coincidentemente a data da “Independência do Brasil”). De forma precisa, o momento em que o fruto é colhido e que irá dar oportunidade à pisa das uvas. O curioso é que, desse acontecimento, qualquer pessoa pode participar, uma vez que ocorre necessariamente num ambiente de grande festa, com a tradicional música local e, o que compõem o “mise en cène”, também muita comida típica.
A Festa do Vinho da Madeira, por todas as razões, constitui-se numa oportunidade maior para que visitantes de todos os quadrantes da terra possam privilegiar-se da sua presença naquele rincão tão encantador. É que o “Madeira Wine Lounge” é instalado na Praça do Povo, local em que o ambiente é sempre mais cosmopolita e igualmente contemporâneo. Ainda mais por ser nesse espaço que são realizados os famosos e deliciosos Jantares Temáticos que, nada mais nada menos, são inspirados nos sabores e vinhos da região autônoma da Madeira.
A verdade é que a produção do vinho remonta a mais de 500 anos na Ilha da Madeira. Razão pela qual prevalece a ideia de serem recriados os velhos e tradicionais hábitos que estão, historicamente, envolvendo a produção do próprio vinho. Toda a cidade é, consequentemente, decorada e tem como temática a homenagem àquela “bebida dos deuses”, seguida de degustações, encenação de quadros vivos, muita apresentação de música típica local, ao lado da exibição de números folclóricos e tanto quanto a arte e a criatividade do madeirense ilustra.
O mais curioso é que a Madeira não se apresenta aos olhos ávidos dos que lhe buscam a excelência como um local mais adredemente apropriado para a produção de um produto como o vinho. O que informa a história, contudo, é que foram os próprios portugueses, quando lá chegaram pela primeira vez, que decidiram investir no cultivo da uva, ainda que as condições naturais não recomendassem, em virtude de se constituir de litoral e de terreno em encostas vulcânicas.
O contraste do resultado foi que o vinho projetou-se como um produto extremamente privilegiado pelos que lhe consomem, tais os autênticos enófilos do mundo inteiro.
Ao lado da excelência do seu mais festejado produto, a Ilha da Madeira constitui-se naturalmente de um “pequeno paraíso insular” encrustado na imensidão do Atlântico. Sua origem vulcânica ainda mais enriquece a sua paisagem, beneficiada ainda pela sua localização que lhe confere um clima privilegiadamente ameno, onde o seu mar mantém por todo o ano uma temperatura bastante favorável aos que lhe buscam as delícias praianas.
Os seus cenários são a complementação ideal para impressionar à vista entre os tantos vales e penhascos eivados de especial vegetação Laurissilva que, por sinal, já foi consagrada pela Unesco como patrimônio Natural da Humanidade. Nas duas principais ilhas do arquipélago, Madeira e Porto Santo, existem excepcionais oportunidades de hospedagem, pelos seus balneários integrados por tantos hotéis da melhor qualificação, todos em meio aos quantos que se postam entre monumentos históricos que se distribuem ao lado de restaurantes que proporcionam as iguarias típicas da sua privilegiada gastronomia.
E onde impera o seu prestigiado vinho.
Lembro de que, na oportunidade em que presidimos nacionalmente a entidade dos comunicadores especializados, tivemos a iniciativa de realizar reunião do seu Conselho Executivo em Funchal – Ilha da Madeira, ocasião em que nos reunimos com representantes dos seus Deputados, com as lideranças turísticas locais e mesmo com o Presidente de então, João Jardim, ao qual direcionamos convite para visitar o Brasil. Tendo ele pouco depois, vindo, inclusive, a Salvador.
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