Mais de 170 países têm motivos de sobra, para comemorar uma data especial e – digamos - fazer, também, uma reflexão a respeito de um segmento econômico de grande importância - se levado a sério – para suas economias, visto ser uma das molas propulsoras de seu desenvolvimento socioeconômico, político e cultural. A data é o 27 de setembro, o Dia Mundial do Turismo.
Analisando-se os dados estatísticos, fornecidos pela Organização Mundial de Turismo (OMT), é que percebemos o quanto o turismo impacta as atividades econômicas, por sinal, mais de meia centena, fazendo com que países desenvolvidos e em desenvolvimento invistam, cada vez mais, nesse setor, com vistas à geração de empregos e renda e, consequentemente, melhores condições de vida para a população de baixo poder aquisitivo.
O turismo representa, no mundo, quase 10% do produto interno bruto e cerca de 20% do total de impostos pagos, afora mais de 10% da força de trabalho. Emprega, no mundo, mais de 300 milhões de pessoas.
No Brasil, estudo aponta para a consolidação do turismo como produto de consumo do brasileiro. Estima que os desembarques domésticos saltem dos 56 milhões, registrados em 2009, para 73 milhões, em 2014. Projeta também a geração de 2 milhões de empregos formais e informais de 2010 a 2014. A entrada de divisas internacionais deverá crescer 55%, no mesmo período, subindo de R$ 6,3 bilhões para R$ 8,9 bilhões no ano de realização da Copa no Brasil.
No Ceará, se retrocedermos – digamos – ao início da década de setenta, em termos turísticos, poucas ações teríamos a destacar, comparada com a década de 2000 no Ceará. Houve um salto de qualidade na condução das atividades e um crescimento na infraestrutura física.
Seríamos ingênuos e injustos, se afirmássemos nada ter sido feito, na retrocitada década, pelos governantes e pela iniciativa privada, tanto para a melhoria da infraestrutura de suporte a esse segmento econômico, quanto para a promoção de seus atrativos turísticos Brasil afora e no exterior.
Sem querermos puxar saco de ninguém (detestamos bajuladores), o turismo alencarino tomou dimensões expressivas, nos governos de César Cals,( primeiro governador a transformar uma cadeia pública em Centro de Turismo e a criar a Empresa Cearense de Turismo (EMCETUR), Ciro Gomes (criou a Companhia de Desenvolvimento Turístico do Ceará - Coditur) e Tasso Jereissati, (criou a Secretaria de Turismo – Setur), atentando-se para o fato de esses governadores terem canalizado maior volume de recursos financeiros, quer para ampliar a infraestrutura física, quer para divulgar, em nosso país e em alguns países europeus, o que o Ceará possui de belo, útil e agradável.
Após a criação da Secretaria de Turismo do Estado (por sinal, sugerimos, na época, em artigo, ao governador Tasso Jereissati a importância de uma pasta para cuidar do turismo cearense), passou-se a dar mais ênfase às atividades turísticas, inclusive aplicando-se mais verbas, na divulgação do potencial turístico do Ceará e na qualificação da mão de obra, esta destinada aos vários segmentos do turismo, sobretudo em Fortaleza.
A construção do Aeroporto Pinto Martins, sem dúvida alguma, foi um marco para o turismo cearense, visto ensejar melhores acomodações, para os turistas e os próprios cearenses, além do aumento de voos para nossa “Loira Desposada do Sol”, tornando-se até um atrativo para os fortalezenses, que, nos finais de semana, comparecem àquele terminal de aviação, para não só embarcar familiares, amigos e autoridades, bem como recepcioná-los.
Um setor que vem crescendo muito, ultimamente, é a hotelaria. Vários hotéis de categoria, resorts, flats, pousadas, restaurantes, bares, barracas de praia shoppings, o Centro Cultural Dragão do Mar, ampliação do Beach Park (sensacional), para citarmos algumas obras de suporte ao turismo, deixam-nos eufóricos e acreditando na prioridade deste segmento econômico, gerador de emprego, renda e divisas. Na gestão Cid Gomes, o turismo alencarino cresceu muito. Destaque para a criação do Centro de Eventos do Ceará, um dos maiores e mais importantes da América Latina, o ainda esperado Acquário, na praia de Iracema, e tantas outras realizações de suporte ao turismo.
Na parte de promoção das belezas naturais e artificiais de nosso Estado, destacam-se a produção de peças publicitárias, que primam pelo conteúdo e programação visual. Mencionaria, ainda, a preocupação com o planejamento das atividades turísticas e o zelo em se trabalhar, tendo o profissionalismo como régua e compasso, ciente de que o desenvolvimento sustentável do turismo cearense não pode ocorrer na base das improvisações. Turismo com “T” maiúsculo deve ser trabalhado, também, com ética em todos os seus segmentos.
Bem! O Ceará-Turístico ocupa, atualmente, no “ranking” nordestino, uma posição invejável, perdendo, apenas, para a Bahia, porque, por lá, respira-se (que beleza!) turismo durante as 24 horas do dia. O Estado da Bahia é o que mais investe em turismo, sabe tirar proveito até de seus erros e dos outros, tornando seu produto turístico ímpar, em relação aos demais Estados da Federação.
É, pois, um exemplo que merece ser imitado. Sejamos humildes e aprendamos com a Bahia! Nada de amadorismo. Nada de explorar os turistas. Nada de ferir os princípios éticos na venda de produtos e serviços turísticos. Jamais vender algodão por veludo. Ao bom entendedor, meia palavra basta. De tanto repetirmos este apelo, um dia, o turismo alencarino – acreditamos - será mais profissional em tudo.
Antonio José de Oliveira
Diretor da Abrajet-Ceará
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