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sexta-feira, 25 de julho de 2014

PROFISSIONALISMO NAS ATIVIDADES TURÍSTICAS

Antonio José de Oliveira
Vez por outra, em nossos comentários turísticos, lembramos aos leitores que Jornalismo não foi criado, para adoçar a realidade. Se não nos falha a memória, o pensamento (não está na íntegra) é do fundador do primeiro Curso Superior de Jornalismo, Pulitzer. Repetimos, às vezes, que Turismo pode até rimar com amadorismo, mas o que rima e dá certo mesmo é a palavra profissionalismo em tudo.
Por que estamos afirmando o escrito acima? Pelo fato de ainda existir o amadorismo, no Turismo cearense, apesar dos avanços dados na prestação de serviços (restaurantes, alguns hotéis, barracas de praia, bares, lojas etc.), na venda de produtos artesanais e outros, sem falar nos transportes públicos, como ônibus, tropiques, táxis. Impossível ser perfeito em tudo – reconhecemos – porém a falta de bom-senso provoca o acometimento de falhas gritantes nesses ambientes públicos.
Semana passada, acompanhado da filha e de um amigo dela, residente em Macapá, ao visitar um ponto turístico, em Fortaleza, local que atrai muitos visitantes, na modalidade alimentação, ficamos chateados com um fato simples, todavia negativo para quem visita a Terra de Iracema. Ao pedirmos ao garçom cocos-verdes, trouxe-nos um com água azeda e outro, sem água. Pelas aparências dos cocos, quem os vende sabe os que prestam ou não.
Bem! Mudamos de quiosque, pois desejávamos oferecer ao amigo-visitante alimentos sadios e água-de-coco não estragada. Ainda bem que nada ocorreu de desagradável no segundo ponto comercial. Ante o exposto, chamamos a atenção do proprietário, para que examinasse os produtos (alimentos e bebidas), antes de o garçom levá-los aos consumidores. Não custa zelar pelas imagens de seu estabelecimento comercial e pela do Turismo cearense, vez que o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza, além dos empresários do ramo, investem na divulgação do potencial turístico cearense, para atrair turistas brasileiros e internacionais.
E tem mais: continua a exploração aos bolsos dos cearenses e dos turistas, por parte de alguns empresários gananciosos, que, na alta-estação, querem lucrar, neste período, por todo o ano. Ah! Isso é comum e tolerável, em todo o mundo, defenderão alguns exploradores. Bem! Salvador chegou a explorar, descaradamente, os turistas, em determinado ano, o que motivou uma fuga de visitantes para outros Estados do Brasil, causando prejuízos enormes ao Turismo baiano. Quase matam a “galinha-dos-ovos de ouro”.
Em Fortaleza, quando presenciamos fatos dessa natureza, chegamos à conclusão de que existe, sim, amadorismo no Turismo cearense. Asseguramos que, mostrando-se os senões, é possível corrigi-los em parte. Um dia, o amadorismo cederá lugar ao profissionalismo em tudo. Difícil atingir-se o ideal? Sim, porém não impossível. Basta mais treinamento para os que militam nesse segmento econômico, que impacta mais de 50 atividades na Economia do Estado.
E atenção: para não dizer-se que apontamos somente fatos negativos, por questão de justiça, registramos que houve melhorias, na infraestrutura de suporte ao turismo e na prestação de serviços, por parte da iniciativa privada e pública. Fortaleza, principal portão-de entrada de turistas, mereceu destaque, pelo número de visitantes nacionais e estrangeiros, no decorrer da Copa do Mundo-2014, com rasgados elogios à hospitalidade e aos atrativos naturais, embora com restrições à mobilidade e aos preços cobrados pelos serviços prestados, incluindo os setores de alimentação e hospedagem.
No tocante aos turistas entrevistados pelos veículos de comunicação e órgãos oficiais de turismo, houve promessa de breve retorno a Fortaleza e a outros recantos turísticos afastados de Fortaleza. Isso é sinal de que o oferecido aos visitantes e por eles desfrutado, agradou. Agora, não devemos satisfazer-nos com as declarações elogiosas dos turistas e sim buscar sempre o melhor para eles e nossos habitantes. É a velha história: “O sucesso de hoje não garante o de amanhã”.
É ótimo lembrar também que inovar é sempre aconselhável nas gestões pública e privada. Em matéria de Turismo, pensar grande é fundamental, todavia com os pés no chão. Um apelo: não se deve vender a ninguém algodão por veludo. Nada de superestimar belezas naturais, as criadas pela mão humana e querer jogar o lixo para debaixo do tapete, pensando ocultar as falhas. Ao bom entendedor, meia palavra basta, diz um ditado popular.
Antonio José de Oliveira - Vice-presidente da Abrajet-Ceará

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