MELHORAMOS, MAS PRECISAMOS MELHORAR MAIS
Nos últimos tempos, há uma preocupação geral entre as autoridades e os empresários do turismo, com foco maior no de eventos, realmente o mais favorável para a captação de divisas, representada no aumento do PIB brasileiro. Na última semana, numa realização da Câmara Setorial de Eventos com a ABEOC/CE e apoio do Sebrae, houve o lançamento do II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil, quando o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Osíris Ricardo Marques, de forma didática e com amplas informações apresentou um diagnóstico completo sobre os eventos turísticos realizados no Brasil, baseado em dados estatísticos de 2013. Na manhã também do mesmo dia 4, nas comemorações de final de ano do Fortaleza Visitors & Convention Bureau, no Hotel Sonata de Iracema, o empresário Toni Sando, presidente Executivo do Convention de São Paulo, fez ilustrativa palestra sobre a política de eventos, momento em que mostrou dados que poderiam ser melhores. Nos recém passados domingo e segunda- feira, durante o 26º Congresso Brasileiro de Empresas e Profissionais de Eventos – Eventos Brasil 2014, o assunto foi discutir com profundidade as inovações e tendências na captação de eventos e oportunidades do setor. Assim ocorrendo, a conclusão que se tira é que há grande preocupação dos entes responsáveis pelo turismo do setor de se melhorar e muito o que até agora está sendo razoavelmente feito. Não se pode negar que largos passos já foram dados, não apenas com a construção de grandes centros para realização de congressos e feiras, como na logística empregada. Mas se quisermos ser mundialmente competitivos, precisamos de encontrar caminhos outros, com espelho, certamente, no que fazem os melhores colocados no “ranking” no mundo inteiro. Apenas para ilustrar, algumas informações. No ranking ICCA de eventos internacionais – 2012, com divulgação em 2013, o Brasil alcançou alguma melhora, pois passamos de 304 para 360 eventos internacionais, um crescimento de 20%, ficando na 7ª posição no ranking internacional da entidade em 2012. Rio de Janeiro (83 eventos) e São Paulo (77) ficaram nas primeiras posições. Fortaleza foi a oitava colocada, pois promovem apenas 8 eventos internacionais. No “ranking” do ano passado, regredimos para o nono lugar, com os Estados Unidos encabeçando a lista, efetuando 829 eventos, enquanto regredimos para 315 e para o 9º lugar em relação ao ano anterior. Quando se fala em cidades mais visitadas no mundo, em 2013, aí se nota que precisamos de muito mais trabalho e promoção. O Rio de Janeiro, a nossa mais visitada, no “ranking” ficou apenas na 90ª posição, ainda um pouco melhor do que São Paulo, na 97ª posição. A primeira na classificação foi Bangcoc, que recebeu 15.980 milhões de turistas. E pensar que Nairobi (Quênia) ficou em 40º posição! A disparidade se acentua mais quando se fala em visitantes por país. O Brasil recebeu, no ano passado, um pouco mais de seis milhões de turistas, enquanto 84,7 milhões estiveram na França. A verdade está aí. Não pode nem deve ser mistificada. Melhoramos em relação ao turismo, mas precisamos melhorar muito mais e não apenas em relação a eventos, mas na outras áreas também.
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