ROSIER
X "TETO DO MUNDO"
Mais uma vez a natureza interfere para que o cearense Rosier Alexandre não atinja o seu intento de chegar ao cume do Everest, o conhecido “Teto do Mundo”, o último obstáculo para cumprir seu propósito de escalar as mais altas montanhas do nosso universo. Muita destruição e morte aos milhares, sábado último, 18, abateu o Nepal por causa de um terremoto de magnitude 7,8, com epicentro a nordeste da capital, Katmandu, e a uma profundidade de 10 quilômetros. Uma catástrofe de proporções gigantescas, ao que se sabe até agora matando mais de 5.489 pessoas na contagem oficial. O terrível acontecimento interrompeu a caminhada de muitos alpinistas que desejavam chegar ao cume do Monte Everest. Ao que se noticiou, morreram cerca de 18, entre eles integrantes da equipe da qual fazia parte Rosier. Para alivio dos cearenses, principalmente da família do nosso aventureiro das escaladas, mais uma vez ele e o seu filho Davi, que ficara numa estação mais atrás, não estavam entre as vitimas fatais. Não se muda o destino. Esta era a segunda tentativa do obstinado e corajoso conterrâneo de completar a missão a que se propôs de vencer os “Sete Cumes”. O Aconcágua, na América do Sul; o Kilimanjaro, na África; o Elbrus, na Europa; o Carstensz, na Oceania; o McKinley, América do Norte; e Vinson, na Antártida já tinham sido superados. No ano passado, quando tentou completar o que desejava, já com 70% dos 8,848 mil metros suplantados, eis que surgiu mais uma catástrofe natural no Everest. Uma avalanche surpreendeu os alpinistas que estavam na missão e 18 deles foram levados pelos blocos de gelo. Frustrado, mas com a determinação própria dos fortes de corpo e espírito, Rosier não se deu por derrotado. Voltou a Fortaleza e proclamou que teve sorte em sobreviver, mas o desastre não o desanimara de completar sua missão de conquistar os “Sete Cumes”. Preparou-se e voltou a Nepal, agora na companhia do filho Davi Saraiva. Aconteceu o que todos sabemos. A tragédia de agora só é comparada em intensidade e mortes a que houve no mesmo Nepal, onde está o Everest, há oitenta anos ´passados. É indescritível o sofrimento dos moradores e turistas que se encontravam sábado último na pobre região do continente asiático. Mortes e destruição por toda parte. Indefinição de quantos sucumbiram. A capital praticamente arrasada. Pessoas aos montões dormindo ao relento com medo de novos tremores de terra. Uma tragédia difícil de narrar. Resta esperar a chegada do nosso herói para saber se continuará na tentativa de vencer o “Teto do Mundo”. Será que sua obstinação e coragem irão falar mais alto?
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