ACI, 90 ANOS HONRADOS
É com satisfação e muito orgulho que registro os 90 anos de fundação da Associação Cearense de Imprensa, a serem festejados este mês, com comemorações maiores nos próximos dias 14 e 15 da próxima semana. Não é um registro para a história, apenas a exaltação de quem também se insere, modestamente, é claro, na trajetória de sodalício tão caro ao Ceará. Não vamos nos reportar à história ao pé da letra, pois esta já foi narrada, mas sempre ocasionando controvérsias. Exemplo, a data da fundação, finalmente clareada oficialmente tempos depois, no reconhecimento de que, de fato, a embrionária associação dos jornalistas surgiu em 14 de julho de 1925, sob a presidência do lendário periodista César Magalhães. A diligente e conceituada jornalista Ângela de Barros Leal, no seu “Associação Cearense de Imprensa – 85 anos da Pauta do Ceará”, bem diz a respeito de seus primeiros dias, das suas idas e voltas: “A história da ACI não foi feita de dramáticas conquistas, nem de sangrentas vitórias. Na realidade, em nenhum momento a isso se propôs. Sua história tem o valor do cotidiano, da luta pelos direitos, pelo lazer, pela cultura, e especialmente do que é possível ser feito quando impera a força de vontade em seus dirigentes...”. O nosso objetivo, pois, é o de mais uma vez afirmar que é honra enorme pertencer a tão conceituada instituição. Nascemos no mesmo ano da fundação ACI e a ela nos filiamos na década de 1940, na sede provisória da rua Senador Pompeu, década em que exerci o cargo de Diretor de Secretaria, na administração do notável e corajoso jornalista Perboyre e Silva. Quantas lições aprendi com o Presidente Perboyre, quantos rascunhos de ofício rasguei porque o mestre não gostara da redação. Valiosa aprendizagem. Estivemos colaborando na retaguarda das memoráveis Festas da Imprensa, no Parque da Liberdade e no Passeio Público. Quanto trabalho do Perboyre, do Clóvis Matos, do Stênio Azevedo, do Antônio, Carlos Campos de Azevedo e de tantos abnegados diretores e associados para oferecer à sociedade cearense noitadas de alegria e cultura. O objetivo principal era angariar dinheiro para a construção do magnífico edifício- sede, na Floriano Peixoto. Dias de muito trabalho, agitação, visitas reivindicatórias às autoridades. Trabalho demais, minuciosas prestações de contas do dinheiro amealhado. Anos depois, fui um dos diretores, na administração de Stênio Azevedo, nome marcante na vida da entidade. Enfim, aí está o Palácio da Imprensa, distante pequena quadra da Praça do Ferreira. Está explicado por que me orgulho de pertencer aos quadros da ACI?
MAIS UM PARTIU PARA A VIAGEM SEM VOLTA
São as despedidas que fazemos com aperto no coração. Na última semana, na viagem fatal, sem retorno, partiu para o Oriente Eterno o colega da Abrajet Hugo Cassol, da seccional de Santa Catarina. Dias antes, fizemos o registro do falecimento de Vininha de Morais, outra companheira dileta, esta dos quadros da Abrajet/São Paulo. A vida é assim, mas teimamos em não nos conformar com os acontecimentos, com o está determinado nos escritos do Livro do Destino. De uma hora para outra, somos apanhados de surpresa e inconformados com a notícia final da vida de um amigo dileto, de um companheiro de longas e boas jornadas. Resta lamentar o acontecido e orar para que ele alcance o paraíso que não encontrou na galáxia que nos foi reservada. Hugo Cassol era respeitado pela garra de defender seus pontos de vistas, muitas vezes contestados. Polêmico, mas sincero na sua maneira de ser, muitas vezes se envolveu em casos controversos. Não baixava a guarda, mas não era dos que guardavam rancor. Seus pontos de vista não eram guardados a sete chaves. No seu “Espeto”, não transigia com a administração do País, há alguns anos no poder. Na nossa Abrajet também foi protagonista de muitas questiúnculas, sempre defendendo pontos de vista no seu modo de pensar corretos, mas diferentes na interpretação dos colegas. De quem gostava, gostava mesmo. Era o seu jeitão de ser. Nem todos somos iguais, a partir do alinhamento dos nossos dedos. Assim, a saudade e respeito à memória de um homem que sempre tentou ser autêntico.
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