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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CASSINOS FECHADOS: DESINTERESSE OU DESUNIÃO

Arnaldo Moreira
Jornalista da  Abrajet/RJ
O Festuris 2015 - Feira de Turismo de Gramado - é no País hoje o mais importante evento do segmento movimentado pela força de vontade, iniciativa e interesse da iniciativa privada. 
Na verdade, o Turismo nunca foi o forte do governo que não cumpriu jamais suas obrigações institucionais e constitucionais em relação a esse setor da economia nacional.
Turismo também nunca foi bafejado pelo interesse político dos governadores e prefeitos, salvo raríssimas exceções, mas ainda assim, o segmento nunca foi, pelo menos até onde sei, alcandorado a área de alto interesse. 
As administrações que deram o real valor ao turismo, obtiveram resultados extraordinários, como Gramado: em 2014, a cidade de apenas 34 mil habitantes, recebeu 6,5 milhões de turistas, o desemprego é ínfimo. 
Gramado é a exceção que confirma a regra do desinteresse, abandono pelo setor que acontece em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, capital do turismo brasileiro, a situação não é diferente da adotada pelo governo Dilma, como não foi no de Lula e nos anteriores, apesar de o Turismo, comprovadamente, ser a atividade econômica que mais rapidamente responde aos investimentos realizados e garante um elevado número de novos empregos.
Recentemente, senadores propuseram durante uma reunião com a presidente Dilma a revogação da lei que proíbe os cassinos no País que - talvez mais pelas condições econômicas gravíssimas que o Brasil experimenta do que pelo desejo de resolver uma situação hipócrita, pois o jogo acontece clandestinamente pelo País, nas barbas das autoridades, e o próprio governo é a maior banca de jogos de azar. 
A imbecilidade comanda essa proibição que data do começo do século passado e aconteceu pelos caprichos de d. Carmela, mulher do general-presidente Dutra, muito religiosa, que convenceu o marido, a fechar os cassinos. 
A medida causou prejuízos incomensuráveis ao País, pois os brasileiros, inclusive os religiosos que faziam sua fezinha nas roletas da Urca, do Quitandinha, ou do Copacabana Palace - onde foi realizado o último jogo - foram gastar muitos milhões de dólares nos cassinos do exterior.
Quem não se lembra dos voos charters que saiam do Brasil nas décadas dos anos 60 a 90 lotados de brasileiros para jogarem nos cassinos de Las Vegas, de Punta del Leste, da Argentina, do Uruguai, entre tantos outros. 
Os brasileiros continuam jogando e muito no exterior e no Congresso Nacional deputados e senadores não conseguem separar os seus princípios religiosos dos interesses do País, impondo egoística e hipocritamente seu poder sobre quem gosta de se divertir jogando em cassinos e não apenas nas Mega Senas da vida, em que o governo é a banca.
Os cassinos trariam para o País investimentos bilionários e empregos aos milhares. 
A reabertura dos cassinos proporcionaria aos governos estaduais e federal recursos que poderiam - e deveriam - ser aplicados em segurança pública e educação, reduzindo em médio prazo os altos índices de criminalidade que devastam a Nação e arrasam a imagem do Brasil no exterior. 
Comecei o artigo citando a Feira de Turismo de Gramado como exemplo ao País da vontade férrea dos empresários, como Marta e Marcus Rossi e Eduardo Zorzanello que lutam ferozmente contra o descaso oficial e trabalham por sua conta e risco o turismo com competência e arrojo.
Me parece que os empresários do trade poderiam - e deveriam - ser mais teimosos, mais aguerridos e mais unidos nas lutas pelos instrumentos que o turismo precisa para crescer e se desenvolver em nível não apenas doméstico, mas internacional. 
Por exemplo, abrirem uma frente séria, forte e vigorosa em favor da reabertura dos cassinos. Uma bandeira do seu mais alto interesse.

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