Como não sou muito afeito a “rapapés” para o meu lado, programei que estaria em Salvador, no Hotel Catussaba, entre 24 e 27 de dezembro passado. Para isto, tive sete apartamentos reservados para, nos ares baianos, ficar com os filhos e alguns netos e bisnetos justamente na data em que completaria 90 anos, dia 26. Houve reação da família, que desejava ser a data partilhada aqui, em Fortaleza, com toda a família e amigos. Rendi-me e, de fato, na noite do aniversário, os familiares e amigos estiveram comigo na “Noite das Antigas”, no condomínio onde moro e resido. Reunião alegre em que o seresteiro Jevan Siqueira, o tenor Alvarus Moreno e a soprano Auzenide Cândido encantaram a todos com suas vozes e repertório de alta qualidade. Confesso, fiquei bastante feliz– e emocionado - com a presença significativa dos filhos, netos, bisnetos, sobrinhos, Irmãos da Arte Maior, companheiros da Abrajet/Ce, do pessoal do “trade” turístico do Estado, muitos deles presidentes das principais entidades do setor, e de fieis companheiros das raras, hoje, rodadas etílicas. Gente dileta e querida veio abraçar-me, nem pensando que o coroa aqui poderia, de tanta emoção, deixar este tão conturbado mas desejado planeta. Não pretenderia dar nomes aos que me abraçaram, mas honrou-me muito a presença do jornalista baiano Carlos Casaes, que veio de Salvador acompanhado da filha Carla com o esposo Beto, bem assim do presidente da Abrajet/Paraíba, Rogério Almeida. Agradecimentos às mensagens que massagearam o “ego” do véi aqui de colegas jornalistas, de empresários daqui e de vários estados e de amigos de ontem e de hoje. Engraçado, tanto afeto me deixou perturbado. Reconheço e me penitencio pelo fato de querer, usando a faculdade da idade, dizer “as minhas verdades”, querer impor meus pontos de vista e, quem sabe, ser chato mesmo. É coisa de coroca que, sem intenção, se prevalece da sua condição para ser inconveniente. Juro pelo que é de mais sagrado que nunca quis ser palmatória do mundo. Apenas expresso pontos de vista pessoal, com o pensamento de que vivamos um mundo melhor, mais digno, mais fraterno. Para concluir estas mal traçadas linhas, mais de agradecimentos, revelo uma interrogação que não consigo decifrar. Como é mesmo o nome da comemoração de quem completa 90 anos? Não encontrei resposta satisfatória. Bodas é para casamento. Jubileu se liga mais a fatos religiosos. O presidente da Abav/Ce., Colombo Cialdini, quando me nomeia em festas, diz, não para ofender, “o nosso dinossauro”. Continuo em dúvida quanto ao nome apropriado para a comemoração de quem vai de noventa anos em diante. Festa de Matusalém também não é, pois a personalidade bíblica, avó de Noé, teria vivido 969 anos, só que daqueles tempos quando os anos eram curtos. Hoje, segundo se proclama, Matusalém chegou a apenas 78 anos. Outros seres vivos poderiam ser o símbolo dos humanos com noventinha ou mais, a exemplo do molusco Artica islandica, da água viva turritopsis nutricula, da carpa koi ou da baleia da Groelândia, todas com vida longa, acima dos padrões de vida da atualidade. Contudo, ficamos com a tartaruga rajada, tida como a mais bonita do mundo, de acordo com informações do Google , com a chamada Tu' Malila chegando aos 188 anos. Assim, ditatorialmente decidindo, proclamo que as comemorações dos nonagenários em diante sejam denominadas Festa da Tartaruga. Revoguem-se as decisões em contrário...
Nenhum comentário:
Postar um comentário