Darlan Leite |
A queda percentual na ocupação da hotelaria para o feriado de Tiradentes, se comparada ao mesmo período do ano passado (75.22 % para 61. 58 %), sinaliza que, enfim, o reflexo da crise chega ao setor de serviços, particularmente ao turismo do Ceará.
O setor continua a dar mostras de resistência, como alternativa à queda generalizada da atividade econômica e seus reflexos no desemprego, na inflação, na insegurança que se abateu sobre o País.
A hotelaria de Fortaleza acaba de ser reconhecida pelo Trip Advisor como a terceira melhor avaliada do Brasil. No segundo semestre do ano passado quatro novos hotéis foram inaugurados em nossa capital. Os empresários do setor investem permanentemente em uma política de preços competitiva, em um alto padrão de capacitação de pessoal, manutenção dos equipamentos, e ações de promoção juntos às agências, operadoras e ao público final, nas regiões emissoras do País, em parceria com as secretarias de turismo do Estado e da Capital. O Ceará continua mantendo a preferência como destino turístico nacional, e busca também retomar o fluxo internacional, prejudicado desde a crise mundial de 2008. O Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza tem sido competente na continuidade das políticas públicas para o turismo, que tem garantido importantes obras de infraestruturas consubstanciadas em estradas, aeroportos, saneamento, equipamentos como o Centro de Eventos, o Acquário (em construção), o Mercado do Peixes, entre outras intervenções de engenharia de transito e mobilidade urbana, que criam um ambiente favorável ao setor.
O ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já indicava o turismo como uma alternativa para a crise. O Brasil tem dimensões continentais, e foi agraciado por Deus com atrativos naturais exuberantes e um acervo cultural único no mundo. A Amazônia, Foz do Iguaçu, o Rio de Janeiro, as Serras Gaúchas, o Pantanal, as praias do Nordeste, são alguns exemplos desse potencial.
Para termos o retorno econômico e social, é importante dar continuidade a uma política de promoção nacional e internacional. O Ministério do Turismo e a Embratur precisam zelar pelos programas e ações nesse sentido. Não é toa que, apenas um equipamento como a Torre Eiffel de Paris recebeu em 2014 sete milhões de turistas, enquanto o nosso continente brasileiro nunca chegou a marca dos seis milhões de turistas. As descontinuidades dessas ações podem ser muito prejudiciais ao turismo do Brasil, quanto mais em um ano Olímpico, em que as atenções do planeta estarão voltadas para nós. Com pequenos investimentos garantiríamos um retorno de milhões e milhões de dólares e numerosos empregos para o povo brasileiro.
Voltando para o nosso Estado e para a nossa Capital, gostaria de destacar uma iniciativa da Associação Brasileira da Industria de Hotéis do Ceará – ABIH CE, que começa a escrever um capitulo promissor no contexto do turismo, relacionada a área da segurança pública, que foi a construção da Casa do Turista e da Segurança na Avenida Beira Mar, um projeto piloto, em parceria com o Governo do Estado do Ceará, Policia Militar e a Prefeitura de Fortaleza. É uma demonstração inédita da parceria do setor empresarial do turismo com o setor público que oferece ao turista e ao cidadão cearense um plano estratégico de segurança, com equipamentos de monitoramento, e pessoal treinado, um sistema de segurança moderno e inovador, capaz de se transformar em referência nacional. Teremos um sistema integrado de monitoramento, com câmaras na Av Beira Mar, onde o centro de monitoramento está sendo implantado no Mercado dos Peixes, com novos efetivos como: policiais militares; guardas municipais; policiais civis; bombeiros. Participam também dessa força tarefa a autarquia municipal de transito e as secretarias de turismo do Estado e de Fortaleza.
O objetivo do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza é o da “criminalidade zero”, começando pela área da Avenida Beira Mar e irradiando para todos os bairros de Fortaleza e para todos os municípios cearenses. Exemplos existem de cidades, como Nova York e São Paulo, entre outras, que reverteram altos índices de criminalidade, a partir de programas que integram efetivos e tecnologia, considerando, sobretudo a parceria público/privada e o envolvimento da sociedade civil organizada.
Portanto é tempo de agir, de mobilizar e avançar, e principalmente, saímos do discurso cômodo da crítica, para sermos protagonistas de um novo tempo. Esse é um projeto de Estado, de todos os cearenses. Queremos dar uma contribuição efetiva para a paz e para a prosperidade do nosso povo. Segurança é condição sine qua non para qualquer metrópole turística.
Darlan Leite
Presidente da ABIH CE
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